Delegado Rui Orestes Kuchnir afirma que operação Reprobus deu dura resposta ao crime organizado que atuava principalmente no distrito do São Cristóvão, em Três Barras; 26 pessoas foram presas
O delegado regional Rui Orestes Kuchnir detalhou nesta sexta-feira, 15, a operação Reprobus (São Cristóvão, em latim), desencadeada nesta quinta-feira, 14, na região de Canoinhas. A operação se concentrou no distrito tresbarrense de São Cristóvão, justamente a referência ao nome da operação, e prendeu pelo menos 26 pessoas, a maioria ligada à facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), responsável pela recente onda de ataques às forças de segurança do Estado. “Podemos dizer que 99% da facção está eliminada na região”, afirmou o delegado.
A Operação Reprobus cumpriu 64 mandados de prisão e 36 de busca e apreensão. Dos 64 integrantes da facção identificados pela polícia, 38 já estavam presos em unidades prisionais nas cidades de Canoinhas, Mafra, Joinville, Chapecó, Jaraguá do Sul, Itajaí e Palhoça. “Prisões ainda estão acontecendo e a operação será contínua, por isso não podemos dizer um número exato de pessoas presas”, frisa Kuchnir.
Dos 26 suspeitos que estavam soltos, cerca de 20 foram presos preventivamente na manhã de quinta-feira. As prisões ocorreram em Três Barras, Canoinhas, Joinville e São Francisco do Sul.
Em Canoinhas a operação se concentrou no distrito do Campo d’Água Verde. Na localidade, a polícia prendeu um homem apontado como responsável pelo comando do abastecimento de drogas no Planalto Norte. Conforme a Polícia descobriu, há ligação dessa facção em crimes de roubo, tráfico de drogas, homicídios e delitos na região.
PRISÕES
Cerca de 180 policiais civis de todas as regiões de Santa Catarina participaram da ação. Durante as diligências foram apreendidas armas, munições, drogas, dinheiro, celulares e notebooks. Também foram recuperadas cartas e mensagens eletrônicas trocadas entre integrantes da facção, dentro e fora dos presídios. A polícia encontrou ainda um caderno com anotações de finanças do tráfico.
O número de objetos apreendidos não foi contabilizado. O material foi encaminhado ainda para perícia no Instituto Geral de Pericias (IGP).
Além do cumprimento dos mandados de prisão, foram efetuados quatro prisões em flagrante, três por porte irregular de arma de fogo. Uma mulher apontada como companheira de um homem com mandado de prisão em aberto (não localizado) foi detida por posse de drogas.
AÇÕES CRIMINOSAS
De acordo com Kuchnir, não há como concluir a participação das pessoas detidas com a onda de atentados. A investigação afirma ainda que o grupo criminoso tem ligação com quatro mortes e três tentativas de homicídio ocorridas em Canoinhas e Três Barras no último ano. O motivo das mortes seriam dívidas das vítimas com a facção. Um caso de tortura contra uma mulher no bairro São Cristóvão, em Três Barras, também estaria ligado a essa facção. O PGC tinha se inserido com tamanha capilaridade no distrito do São Cristóvão que há tempos vinha impondo toque de recolher para a população local.
Todos os presos desta quinta-feira foram encaminhados para a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Canoinhas. “Essa é mais uma resposta dura que damos ao crime”, frisou Kuchnir.