Clima pesado de Chernobyl faz espectador mergulhar no inferno soviético

Minissérie da HBO foi elogiada no mundo inteiro, mas não agradou aos russos

 

 

INFERNO SILENCIOSO


A HBO exibiu na sexta passada o último capítulo, num total de cinco, da minissérie Chernobyl. Logo no segundo episódio veio a grata notícia de que por mais pesada e sombria que fosse a história, a minissérie tinha conquistado uma legião de espectadores.

 

 

O grande trunfo que levou ao sucesso de Chernobyl foi o modo simples e didático sem ser chato que foi adotado tanto no roteiro quanto na direção. A personagem de Emily Watson, a cientista Ulana Khomyuk, por exemplo, representa dezenas de estudiosos que se envolveram na tentativa de salvar o que fosse possível do que ainda havia de vida no entorno da usina nuclear. A opção, acertada, foi uma forma de simplificar sem prejudicar a narrativa.

 

 

 

Chernobyl, até hoje é considerado o maior desastre nuclear da história. Estima-se que até hoje pessoas morrem em decorrência da explosão. A minissérie começa no trágico momento do acidente. O que se segue é o horror, a morte e a fraca reação do governo então soviético (1986) mais preocupado em esconder o desastre do mundo do que salvar vidas.

 

 

 

Ao final da minissérie, sabe-se que a estimativa de mortos é de milhares, mas para o governo soviético, foram apenas 31 mortos. Essa divergência, assumida até hoje pelo governo, levou os russos à negação. A TV russa já anunciou que vai produzir uma série para contar “a verdadeira história de Chernobyl”. Dada a passionalidade que envolve a questão para os russos e a mão pesada com que Putin mantém controle sobre os meios de comunicação, fica difícil imaginar que saia daí uma versão realmente fiel aos fatos.

 

 

 

Em tempo: Chernobyl se tornou o programa mais bem avaliado de todos os tempos (nota 9,6), segundo o site do IMDB, baseado na opinião de 211 mil usuários. Está disponível na HBO GO.

 

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