Preso na Campo Limpo controlava moradias populares em Canoinhas

Operação que cumpriu 28 mandados marca reinício da integração entre Polícia Civil e Militar

 

 

 

O homem condenado a sete anos de prisão pela comarca de São Mateus do Sul preso nesta sexta-feira, 13, em Canoinhas, na Operação Campo Limpo, tentava implementar no Campo d’Água Verde uma espécie de rede para venda de drogas. Para tanto, ele usava casas do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH) cedidas a pessoas de baixa renda pelo Município na rua Miguel Schiessl Sobrinho. Era ele quem dizia quem poderia ou não morar nas casas, chegando a expulsar os que não contribuíam com ele. A ideia do acusado era distribuir a droga que ele comercializava entre várias casas a fim de dificultar o trabalho da Polícia. “Se fosse só pela quantia de drogas que encontramos na casa onde ele estava, não conseguiríamos prendê-lo. O que levou à prisão dele foi o fato de existir contra ele um mandado de prisão emitido pela comarca de São Mateus do Sul por outro crime cometido naquela comarca”, explicou o tenente coronel Silvano Sasinski, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, durante entrevista coletiva concedida à imprensa na tarde desta sexta-feira, 14, ao lado do delegado regional Rui Orestes Kuchnir.

 

 

 

O acusado usava um rádio que interceptava a frequência da Polícia Militar, o que fazia com que ele se safasse de operações coordenadas. Além dele, outros dois suspeitos foram presos.

 

 

O secretário de Habitação de Canoinhas, Ivan Karuncho, disse que o Município desconhecia que moradores vinham sendo coagidos a deixar as casas pelo acusado. “Sabemos que muita gente sai porque têm problemas com vizinhos, mas nada dessa natureza”, explicou.

 

 

 

INTEGRAÇÃO

A operação desta sexta contou com 120 policiais civis e militares que cumpriram 28 mandados de busca e apreensão. Quarenta viaturas foram empregadas. Além de porções de maconha, crack e cocaína, os policiais recuperaram uma TV e botijões de gás furtados, além de cerca de R$ 2 mil que estavam enrolados em um maço de notas de pequeno valor, um indício de ser o lucro auferido com a venda de drogas.

 

Tanto Sasinski, que assumiu o comando do 3º BPM há três semanas, quanto Kuchnir, ressaltaram na coletiva desta sexta que a operação Campo Limpo marca o reinício da integração entre as Polícias Civil e Militar. “Se cada instituição fizer seu trabalho de forma separada, quem perde é a população”, frisou Sasinski. O comandante explicou que a PM não vai fazer investigações, embora tenha um setor de inteligência. A ideia é coletar as informações que se conseguir apurar com os recursos da PM e repassar o que se conseguir para a Polícia Civil. “O que levantarmos traremos para a Delegacia”, afirmou.

 

 

Kuchnir lembrou da importância da mediação do promotor de Justiça Renato Maia de Faria no processo de integração das Polícias e demonstrou entusiasmo em retomar a parceria.

 

 

Entre recuo e aproximações, nos últimos anos, as duas instituições tiveram conflitos por motivos diversos, embora ambas busquem a melhoria da segurança pública. “Com o trabalho em conjunto das instituições quem ganha é a população canoinhense”, conclui Sasinski.

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