Esquema de cobrança de propina envolvia empresário e esposa do prefeito de Itaiópolis

Foto: Uhlmann recorreu da cassação. Ele espera conseguir liminar na Justiça/Arquivo

A Câmara de Vereadores de Itaiópolis cassou por seis votos a três o mandato do prefeito Gervásio Uhlmann (PSC) na sexta-feira, 14.

Uhlmann é acusado de ter recebido propina para liberar pagamento de verba para o empresário Marco Aurélio Ferrari Ramos, responsável por obras de três postos de saúde municipais.

O empresário gravou conversas telefônicas nas quais flagra suposto intermediário do prefeito cobrando a propina. Os pedidos chegariam a R$ 100 mil. Mesmo não sendo mencionado o nome do prefeito durante a negociação, os vereadores consideraram os áudios prova suficiente para cassar o mandato do prefeito. Segundo o presidente da CPI que investigou a conduta do prefeito, Cássio Edmundo Bilicki, o empresário teria informado a Polícia Civil de que estaria sendo extorquido e, em acordo com a Polícia, teria entregado três cheques – um de R$ 25 mil e dois de R$ 5 mil – para o suposto intermediário. Antes de o acerto vir à tona, o prefeito teria desconfiado e o intermediário teria destruído os cheques. Ainda teria dado tempo, no entanto, de o prefeito liberar os pagamentos para o empresário sem vistoria da obra, o que para os vereadores, é prova do esquema. Quando descobriu que Ferrari teria entregado o esquema à Polícia, o prefeito teria tentado embargar as obras.

Ferrari disse que tudo começou com a insistência do prefeito de que os materiais de construção para os três postos fossem comprados na loja que pertence a sua família. A mulher do prefeito também é suspeita de integrar o esquema.

Irregularidades foram encontradas, também, nas folhas de pagamento de funcionários ligados à saúde. Segundo apurou a CPI, além de férias pagas em dobro e de maneira indevida, havia ainda pagamentos desproporcionais de médicos e gratificações indevidas.

 

POSSE

Na segunda-feira, 17, o vice-prefeito, José Heraldo Schritke (PSC), assumiu a prefeitura em ato rápido ocorrido na sede da Câmara de Vereadores. De maneira sucinta, ele afirmou que vai manter a mesma equipe de Uhlmann pelo menos até o fim deste ano.

Uhlmann já recorreu da decisão da Câmara. O JMais não conseguiu localizá-lo. Sua advogada de defesa também foi contatada, mas não retornou as ligações.

Rolar para cima