Seis meses de governo Carlos Moisés da Silva

Afastamento do Legislativo e da imprensa dão o tom de um governo que parece planejar, planejar, mas ainda não conseguiu executar 

 

SEIS MESES

O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) enquadrou os líderes das bancadas dizendo, usando de eufemismo, que aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei. O deputado Valdir Cobalchini (MDB), que participou da reunião, confirmou o conteúdo da reunião. “Não foi bem assim, de forma direta, mas foi o que deu a entender”, disse Cobalchini a esta coluna.

 

 

A conversa coincide com a efeméride de seis primeiros meses de governo Moisés e mostra que, a exemplo do que já se viu nas primeiras semanas de governo, Moisés não vai dar mole para a Assembleia. Curiosa a reação apaziguada dos deputados. Até agora, não se viu ninguém se colocando claramente como oposição a Moisés na Assembleia. Assuntos complexos como a redução do duodécimo (repasse do governo aos demais poderes) e incentivos fiscais à iniciativa privada têm encontrado espaço nos debates da Alesc, tanto que o projeto que revê a vastidão de incentivos concedidos pelo governo nos últimos anos vai entrar na pauta da Alesc na próxima semana.

 

 

 

Ao que parece, os deputados agem com cautela. Sabem do apelo popular das medidas propostas por Moisés e temem a reação popular negativa se baterem de frente com um governador que papou 70% de votos nas urnas. Há também o fator popularidade: segundo pesquisa do Instituto Mapa a aprovação do governo Moisés foi de 53% para 66% de abril a junho, o que é praticamente uma façanha. Curioso que segundo o Ibope a popularidade de Jair Bolsonaro (PSL), responsável direto pela eleição de Moisés, está em curva na direção contrária.

 

 

 

Isso faz de Moisés um enigma. Ele não fala publicamente sobre a influência de Bolsonaro, ignora a imprensa, desafia os demais poderes e institui um modelo de administração que muda radicalmente o que seu viu nos últimos anos. Tudo isso com aprovação popular e sem nenhum adversário declarado a altura.

 

 

 

Consegue, dessa forma, completar um primeiro semestre de muito planejamento que, ao meu ver, suscita esperanças de um futuro promissor. Porém, tirando a reforma da ponte Hercílio Luz, que parece que agora vai, nada mais se viu de concreto por parte desse governo. Falando especificamente da nossa região, Moisés prometeu atacar nosso principal problema, a buraqueira das estradas estaduais, com a criação de usinas de asfalto nas regiões. Até agora, nada foi feito a respeito. Restam muitas dúvidas. Afinal, que cidade sediará a usina no Planalto Norte? Quem vai contratar os funcionários dessas usinas? Qual rodovia terá prioridade? Quem chefiará essas usinas? O Governo não responde e empurra a situação com a barriga. Mesmo assim, Moisés quebra recorde de aprovação. 

 

 

 

 

 

FALANDO EM MOISÉS

O governador está divulgando um número de WhatsApp por meio do qual vai passar informações sobre o seu governo. De vez em quando ele vai selecionar um dos números dos integrantes do grupo e vai ligar para saber como a pessoa está avaliando seu governo.

 

 

 

 

 

ROTATIVO

A empresa licitada para explorar o estacionamento rotativo em Canoinhas está em vias de iniciar a implementação do sistema. Houve recurso de empresa perdedora, que já foi julgado improcedente, o que atrasou o trabalho da licitada.

 

 

 

COBALCHINI NO HSC

O deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB) esteve em Canoinhas na quinta-feira, 11, onde se reuniu com a direção do Hospital Santa Cruz. Prometeu empenho na liberação de verbas estaduais para a entidade. Cobalchini também visitou as obras de ampliação da WestsRock, em Três Barras.

 

Na foto, Cobalchini (com camisa branca) ao lado do presidente do HSCC, Reinando de Lima Jr e do prefeito Beto Passos, além de lideranças do MDB como o vereador Paulinho Basilio, a vereadora Telma Bley e o ex-vice-prefeito Wilson Pereira.

 

 

 

EMENDAS

O presidente do PSL de Canoinhas, Ethel Jacomel, contestou reportagem publicada no JMais que mostra empenho do Município para ver cumpridas as emendas impositivas do ex-deputado Antônio Aguiar.

 

 

Diz Jacomel que “com relação às emendas do ex-deputado Antônio Aguiar,  pudemos intervir positivamente e as informações são favoráveis. Fui recebido pelo secretário de Educação,  professor Osmar, que deu andamento aos documentos e acredito ter sido resolvido os entraves, pois em uma Emissora de Rádio local foi anunciado o investimento de um milhão de reais na Escola Castelo Branco,  valor semelhante ao da emenda. Quanto a infraestrutura ( R$ 900 mil para asfalto) o secretário de Obras, Gil Baiano, também foi informado pelo ex-dputado e por mim. Acredito que também tenha sido resolvido. Quanto às Emendas para a Saúde  (aproximadamente R$ 2 milhões) o senhor Rafael Mirando informou que o Hospital Santa Cruz havia feita sua parte e na sexta-feira recebi uma informação da secretária de Saúde, Senhora Zeneci, dando conta de que as pendências haviam sido resolvidas e que o senhor prefeito assinaria os documentos naquele dia. Desta forma, entendemos ter contribuído no possível e estaremos buscando auxiliar possíveis entraves para as libertações dos recursos. Unidos e lutando pela região sempre.”

 

 

 

Jacomel segue afirmando que “neste meio tempo de correria ainda fizemos contato com o Coronel Mário pedindo para intervir junto ao executivo para não se perder tais recursos, bem como fizemos vários contatos telefônicos junto às secretarias em Florianópolis buscando a melhor forma de desenrolar e eliminar as pendências que se encontravam nos documentos à mim apresentados pelo Dr Aguiar no dia 30/6 em nossa primeira reunião.”

 

 

 

 

SEGUNDA VOTAÇÃO

Vai a segunda votação nesta segunda-feira, 15, o Projeto de Lei n.º 64/2019 que “Autoriza a instituir o Banco de Armações de Óculos” em Canoinhas. O projeto é de autoria de Wilmar Sudoski (PSD).

 

 

 

CARAS DE PAU

Os vereadores de Florianópolis levaram 20 segundos para aprovar sem discussão nem nada um subsídio de R$ 1 mil para eles e os servidores da Câmara como auxílio-alimentação. O projeto de lei só passou a ser disponibilizado no site da Câmara no dia seguinte à votação, que aconteceu na quarta-feira, 10.

 

 

CONDENADO

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina condenou o ex-deputado estadual catarinense João de Oliveira Rosa e um ex-assessor do então parlamentar à devolução solidária de R$ 125 mil captados junto ao Estado por meio de uma entidade não governamental de fachada, bem como ao pagamento individual de multa civil na mesma quantia. Ambos os valores deverão ainda ser corrigidos.

 

 

 

 

CUBANOS

Bolsonaristas xiitas comemoraram, como comemoram qualquer bobagem que o grande líder solta, o rompimento abrupto do contrato com os médicos cubanos. Passados seis meses da decisão polêmica, o Governo admite recontratar aqueles que não voltaram para Cuba. Em SC, que votou massivamente em Bolsonaro, há mobilização de prefeitos pela retomada do programa.

 

Desdenharam os cubanos, mas perceberam que não vivem sem eles.

 

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