Vereadora foi a mais bem avaliada em enquete feita pelo JMais com 228 canoinhenses
ENQUETE
A avaliação expressivamente positiva de Norma Pereira (PSDB) na enquete promovida pelo JMais que ouviu 228 canoinhenses é reflexo da campanha que ela fez para a Câmara Federal no ano passado. Norma surpreendeu na votação depois de uma campanha franciscana, marcada pela traumática perda do marido, igualmente bem quisto e bem visto na cidade, ex-vereador Francisco Vital Pereira.
O respeito e consideração pela família é, há muito tempo, um capital político que Norma carrega, agora sem a presença física do marido e do sogro, Acássio Pereira, principal incentivador político da família. Norma herdou o capital político dos dois e, com essa avaliação, mostra que continua honrando esse capital.
De modo particular, resta a pergunta: haverá alguém que preservará esse capital político depois de Norma?
Do ponto de vista mais amplo, Norma de fato tem um desempenho que a faz se sobressair na Câmara, porém, nada muito além do bom trabalho de Mario Erzinger (PL), em segundo lugar na enquete. Wilmar Sudoski (PSD), terceiro colocado na enquete, tem um trabalho comunitário que talvez se sobreponha a qualquer discurso ou medida burocrática.
Não dá pra dizer, também, que Paulinho Basilio ou Telma Bley (ambos MDB) tenham desempenho aquém do de Norma na Câmara. Os três, juntos com Camila Lima (MDB) tem cutucado, se por vezes raras, não menos incisivas, o governo Passos. Via de regra, os opositores ao Governo costumam se sobressair.
Célio Galeski (PL), como presidente da Câmara deveria alcançar colocação melhor (é o sexto mais bem avaliado). Como não tem nenhum sobressalto na sua gestão, creio que o resultado é reflexo de questões do passado, como o escândalo das diárias de 2010. Porém, é importante dizer, com escândalo ou não, Galeski tem um eleitorado fiel.
Paulo Glinski (PSD), sétimo colocado na enquete – pode não ser o rei da popularidade, mas seu conhecimento jurídico o faz ter protagonismo em várias questões legais. Isso, no entanto, fica nos bastidores, não sobressai.
Na lanterninha, Edmilson Verka (PSDB) paga o preço da suplência, enquanto Chico Mineiro (PL) o preço do escândalo envolvendo imagens dele supostamente furtando uma caneta em uma loja da cidade.
COMPARATIVO
Comparando a enquete com o resultados da eleições de 2018, Norma também foi a mais votada nas urnas, seguida, justamente, de Erzinger. Célio Galeski foi o quinto mais votados nas urnas. Camila Lima e Paulinho Basilio foram os que entraram com menos votos.
PASSOS REGULAR
Com relação a avaliação de Beto Passos como prefeito, a enquete aponta que sua administração não está nem tão ao mar, nem tão à terra. Vale a metáfora do copo meio cheio e do copo meio vazio.Opositores têm motivos para apontar queda de popularidade e o inverso é verdadeiro.
Creio que para o prefeito, que até agora não tem um vice claro para disputar a reeleição, a enquete faz ele olhar com mais carinho para Norma Pereira, a quem já sondou.
LEGISLATIVO
Embora 37,6% dos ouvidos pela enquete apontem o governo Passos como regular e 46,9% apontem a atual legislatura da Câmara de Vereadores como regular, chama atenção o fato de o canoinhense enxergar ambos praticamente da mesma forma. 24% acham ambas boas, e a avaliação ruim oscila pouca coisa (20% para Passos e 24% para a Câmara). As avaliações muito boa e ótima também não têm grande diferença.
O PESO DO REGULAR
Avalio que a predominância do regular em relação ao legislativo e executivo mostra que a maioria do eleitorado vê com certa indiferença a gestão municipal. Sem ter uma opinião definida, opta pela mais neutra das avaliações.
Com uma oposição apagada, a Câmara muitas vezes opera como despachante do governo Passos. Essa relação amistosa entre os dois poderes tira qualquer protagonismo que o Legislativo poderia ter. Daí que Norma, na minha visão, ganhe maior destaque não pelo desempenho na Câmara, mas pela lembrança fresca de sua campanha a deputada federal.
SOBRE ENQUETES
Quem duvida da eficácia de enquetes como esta feita pelo JMais, veja só.
Os resultados das pesquisas relacionadas às eleições 2018 dos consagrados Ibope e Datafolha se equivalem aos do Instituto Mapa com o método denominado “coeficiente eleitoral digital”, resultando de predição a partir de inferências de voto filtradas das redes sociais.
Uma grande diferença é o custo do investimento. Por exemplo, a Globo pagou ao ao Ibope, R$ 359 mil por 3.010 entrevistas, segundo o TSE.
Portanto, a pesquisa digital eleitoral é uma demonstração da prática de processo disruptivo e de desmaterialização, sem distância, no caso desenvolvida por empresas de Florianópolis, a capital catarinense da inovação tecnológica.
Falta agora a legislação eleitoral permitir a divulgação pública deste avanço da inteligência digital nas próximas eleições.