Uma das maiores bilheterias do ano até aqui, filme segue em cartaz no Cinemax Canoinhas
SEGREDO DO SUCESSO
Desde que Stranger Things estreou sua primeira temporada na Netflix, uma avalanche de refilmagens e sequências dos anos 1980 e 1990 invadiu os cinemas, TVs e streaming. Até sequência de Top Gun está na linha de produção. Não que o seriado da gigante estadunidense tenha descoberto a roda. Que as pessoas são saudosistas já se sabe desde muito tempo, o que Netflix fez foi otimizar esse entendimento colocando algoritmos nessa parada. Os ditos algoritmos testam a audiência. Enquanto a TV faz isso muito no escuro, por meio de grupos de discussão e de um medidor de audiência bastante questionável (alguém conhece alguém que tem o aparelhinho do Ibope em casa?), a Netflix faz isso de forma muito mais eficaz num estalar de dedos, ou melhor, de dados.
Para entender como isso está se dando no cinema gostaria de comparar duas estreias recentes: Aladdim e O Rei Leão. Aladdim não foi necessariamente um estouro de audiência. Faço a comparação entre ele e O Rei Leão (em cartaz no CineMax Canoinhas), já adiantado como uma das maiores bilheterias do ano, porque ambos estão no inconsciente coletivo como boas lembranças do passado, especialmente na cabeça dos trintões, uma faixa que consome cinema com bastante voracidade.
Em 1992, quando Aladdin foi lançado em sua primeira versão, as observações sobre a alta qualidade da animação eram praticamente unânimes. O filme agradou em cheio, mas as mudanças feitas no roteiro do que estreou recentemente foram catastróficas. Quiseram ousar e desagradaram o público que, ao que parece, queria ver a mesma história em nova roupagem.
Acho que essa tese é bem provável ao constatar o sucesso da nova versão de O Rei Leão. Aliás, não se trata de uma nova versão, mas sim, justamente de uma nova roupagem para a animação de 1994. A história é a mesma, sem tirar nem por. Mas o visual, todo construído em computação gráfica, é deslumbrante, incomparável com a já caprichada animação.
Chamou-me a atenção a cena em que Simba assiste à morte do pai e se deixa enredar pela trama shakespeariana do tio malvado. Seria muito fácil os roteiristas caírem na tentação do politicamente correto, preocupados em chocar a atual geração Nutela e terem aliviado o drama. Não fizeram e acertaram em cheio. A repaginada de O Rei Leão, por mais que seja a mesma história, se justifica pelas belas cenas. Pra mim trata-se de uma bela homenagem a um desenho que marcou uma geração e que tem tudo para marcar outra.
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