Trabalho foi desenvolvido pelos alunos do terceiro ano do Ensino Médio do Tempo Feliz
Cristina Brandes Grosskopf*
Os plásticos provocaram uma grande revolução no acondicionamento dos produtos, trazendo vantagens em razão da sua leveza e durabilidade. São materiais constituídos por moléculas – chamadas polímeros – que podem ser encontradas na natureza como a seda, algodão e borracha; sintetizadas quimicamente a partir do óleo cru ou do petróleo. Desde 1870 os polímeros naturais vêm sendo utilizado pela sociedade moderna e desde 1907 passamos a usar os polímeros sintéticos. “Falar sobre os polímeros em geral nunca é demais, pois nosso meio ambiente está vivendo uma catástrofe. Em sala discutimos sobre a sua produção sem fazer uso de petróleo, utilizando matérias-primas renováveis como cana de açúcar, milho, óleo de girassol, soja e mamona”, diz Ana Gabriela Lombardi.
“A utilização dos plásticos nos dias atuais tem crescido cada vez mais, ocasionando grandes impactos ao meio ambiente”, afirma Maria José Lecin. “Nós vivemos uma era que podemos chamar de era do plástico, praticamente tudo em nossa volta é feito dele. Um grande problema da atualidade são as sacolas plásticas, existem sacolas biodegradáveis, porém, o valor não é muito acessível e por isso quase todas as pessoas não utilizam”, explica Ana Julia Aguiar.
Diante da significativa importância e relevância, os alunos da Escola de Educação Básica Tempo Feliz elaboraram um projeto de pesquisa visando mostrar a todos os canoinhenses os impactos causados no meio ambiente pelo uso de plásticos. Pela enorme diversidade e versatilidade de utensílios plásticos utilizados atualmente, foi necessário focar em apenas um: AS SACOLAS!
“Atualmente os seres humanos adquiriram um sentimento de não se importar mais com o futuro do planeta, apenas com sua comodidade pessoal”, afirma Vinicius Corato. O que levou o aluno a pensar dessa forma foram alguns dados colhidos de entrevistas, que informavam que a população e até mesmo os comerciantes estariam dispostos a pagar de 10 a 15% a mais por embalagens ecologicamente sustentáveis, ao invés de buscar outros recursos para substituir a utilização de sacolas plásticas.
“Os plásticos demoram a se degradar e a principal razão para tanta discussão a esse respeito é que a natureza ainda não sabe como se livrar dele”, afirma Ana Gabriela Lombardi. “Estamos todos já familiarizados com o consumo de sacolas plásticas e com seus impactos absurdos na natureza. Por um lado, elas facilitam nossa vida quando falamos em carregar compras, mas nos desfazemos delas com uma rapidez incompreensível! É claro que, para as populações com recursos reduzidos muitas vezes é inviável utilizar uma sacola ecológica – por seu custo ser um pouco mais elevado com relação às convencionais – no entanto, como o objetivo mundial para a preservação do meio ambiente é a redução do uso de sacolas plásticas, é dever dos cidadãos mais abastados, ou até mesmo de classe média, reduzir seu impacto comprando as sustentáveis para a substituição, e, com isso, iniciarmos nossa caminhada para uma sociedade sustentável”, reflete Luis Fernando Moreira Leitão.
A ideia do aluno Luis Fernando vai de encontro com a problemática exposta por Vinicius Corato, que relata que apesar dos plásticos serem muito práticos, são também altamente prejudiciais ao meio ambiente, podendo não só trazer geração de lixo, como prejudicar a vida de animais. Um exemplo muito mencionado ultimamente é o das tartarugas marinhas afogadas com sacolas e canudos. Porém, o grande empecilho é como reduzir/acabar com este problema. As pessoas muitas vezes não dão o devido valor ao ambiente no qual vivem. Não têm consciência dos atos e nem das atitudes a favor do mundo, complementa a aluna Maria José Lecin.
Contudo, Larissa Ossowski ressalta que diante de tantos problemas é necessário pensar em soluções. Existem alternativas para reduzir esses problemas, como o uso de biopolímeros feitos a partir de cana-de-açúcar, amido e soja, que são facilmente degradados e não tóxicos. Reutilizar e reduzi-los de maneira sustentável poderia iniciar um grande movimento na luta contra um material do qual somos tão dependentes. Além disso, incentivos através de campanhas, distribuição de sacolas retornáveis, embalagens eco responsáveis, e, principalmente, a disseminação de informações para as grandes massas. “Se olharmos a economia, o uso de plásticos no nosso cotidiano é ainda a melhor alternativa social pelo fato de ser barato e versátil. Esse panorama só mudará se houver um novo meio de melhorar a economia mundial que as alternativas sustentáveis se tornem mais acessíveis e viáveis para todos”, afirma Pedro Giovani Lacowicz Junior.
*Cristina Brandes Grosskopf foi a professora coordenadora do projeto
** Todos os nomes citados no texto são de alunos que participaram e refletiram sobre o projeto