A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou na manhã desta quinta-feira, 15, os indicados ao Oscar 2015 e “O Grande Hotel Budapeste” e “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” saíram na frente, com nove indicações cada um.
“O Grande Hotel Budapeste” foi indicado principalmente às categorias técnicas, incluindo fotografia, figurino, edição, maquiagem e cabelo e desenho de produção, além de filme, direção (Wes Anderson), trilha sonora original e roteiro original. Já “Birdman” foi lembrado nas categorias mais “artísticas”: melhor filme, direção (Alejandro G. Iñárritu), ator (Michael Keaton), ator coadjuvante (Edward Norton), atriz coadjuvante (Emma Stone), fotografia, edição de som, mixagem de som e roteiro original.
“Boyhood – Da Infância à Juventude”, que estava entre os favoritos para liderar a corrida ao Oscar, ficou com apenas seis indicações, incluindo melhor filme, direção (Richard Linklater), ator coadjuvante (Ethan Hawke), atriz coadjuvante (Patricia Arquette), edição e roteiro original.
Entre os indicados ao prêmio de documentário está “O Sal da Terra”, de Juliano Salgado e Wim Wenders, sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
ANÁLISE
Não houve surpresas na lista de indicados deste ano, considerado fraco por muitos especialistas. Ontem vi “Boyhood” e fiquei encantado. O filme é lindo, poético e causa uma sensação muito singular. Ao acompanhar o crescimento de Mason (Ellar Coltrane) ao longo de 12 anos – a essa altura é chover no molhado dizer que o filme levou todo esse tempo para ser feito – tem-se a sensação de intimidade com o personagem que raras vezes senti ao ver um filme. Mas “Boyhood” é mais que isso: a partir da simplicidade da vida, desnuda alguns pequenos segredos que só nos são revelados na maturidade.
“O Grande Hotel Budapeste” é outro achado. Wes Anderson filma com assepsia e simetria que beiram o irritante. O resultado final é um deleite. Grandes personagens e uma história fabulosa. Só leva o Oscar se a Academia, no entanto, mudar seus conceitos já que comédias sempre perdem para dramas no final das contas.
Dos oito indicados, além de “Boyhood” e “Budapeste”, só vi “A Teoria de Tudo”. É bonito, tocante, emocionante, mas segue a cartilha da Academia com uma obviedade constrangedora. Deve dar, por justo merecimento, o Oscar de Melhor Ator para Eddie Redmayne, inspirador no papel do físico Stephen Hawking.
Vou ver os demais concorrentes e comento depois.