Caso semelhante ao de Gugu Liberato teve desfecho diferente em Canoinhas

Agilidade em atender Tiago Josias da Silva garantiu sua sobrevivência

 

 

Maria Fernandes dos Santos da Silva levanta as mãos para o céu e agradece todos os dias, sem deixar de pedir a bênção ao dr Andrei de Morais, médico neurocirurgião de Canoinhas que devolveu seu filho, Tiago Josias da Silva, 22 anos, à vida no mês passado. 

 

 

 

Tiago trabalhava em um andaime na instalação de um aparelho de circulação de ar no supermercado Bom dia da Avenida, na avenida Rubens Ribeiro da Silva, no Campo d’Água Verde, em 7 de novembro, quando o andaime cedeu e ele caiu batendo primeiramente a cabeça direto no chão. A empresa para a qual ele trabalha havia sido contratada pelo supermercado para fazer a instalação.

 

 

 

Rapidamente, Tiago foi levado para o Hospital Santa Cruz, onde Andrei atendia uma paciente. Imediatamente o médico mandou medicá-lo e voltou ao atendimento a outra paciente. Da agitação inicial, Tiago começou a apagar, o que chamou a atenção da equipe. “Isso representa um sofrimento cerebral muito grande. Paramos tudo e mandamos ele imediatamente para tomografia. Os sintomas eram de um coágulo no cérebro, o que a tomografia confirmou. Subimos correndo para o centro cirúrgico e o operamos. Do tempo da queda até a cirurgia se passaram aproximadamente 30 minutos. Foi a agilidade que garantiu salvar a vida dele”, afirma Andrei. 

 

Tiago com a mãe, Maria/Arquivo pessoal

 

 

O curioso do caso de Tiago é que metade do crânio precisou ser extraído. Desde o dia da cirurgia ele está com a metade retirada dentro da barriga. “Não dá pra guardar fora do paciente porque contamina, então a gente deixa dentro da barriga, é o melhor lugar para se armazenar o pedaço do crânio até a reposição, o que deve ocorrer nos próximos dias”, explica Andrei.

 

 

 

Cirurgia tão complexa só poderia resultar em sequelas, mas não é o caso. Tiago teve uma paralisia facial parcial leve, que tende a desaparecer em breve. “Esse tipo de hematoma, que é o mais grave que existe, resulta em morte em 90% dos casos”, explica Andrei dando uma dimensão do risco que Tiago correu.

 

 

 

GUGU

O caso de Tiago chama ainda a atenção pelas semelhanças com o ocorrido com o apresentador de TV Gugu Liberato, declarado morto em 22 de novembro. Ele sofreu uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando fazia um reparo no ar condicionado instalado no sótão de sua casa, em Orlando, nos Estado Unidos. Teve morte cerebral constatada cinco dias depois. Por que o resultado foi diferente? “O tempo foi fundamental”, explica Andrei. Enquanto Gugu foi atendido meia hora depois da queda, foi esse o tempo entre a queda e a cirurgia de Tiago. 

 

 

 

Andrei frisa a importância de Canoinhas ter um neurocirurgião. “Se não tivéssemos, até chegar ao trevo de Mafra o paciente já estaria morto neste caso”, garante.

 

 

 

GRATIDÃO

Maria explica que a recuperação do filho está sendo uma vitória diária. “Ele ficou 12 dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) em Canoinhas, depois passou mais uns dias no hospital em União da Vitória, agora estamos na nossa cidade (Bituruna, no Paraná)”, contou à reportagem nesta semana. Ela relata que está 24 horas por dia do lado do filho. Por estar sem metade do crânio na cabeça há grande risco de lesão no cérebro. “Se ele dormir do lado desprotegido pode lesionar o cérebro”, conta Andrei.

 

Tiago em casa com a mãe/Arquivo pessoal

 

Apesar de tudo que passaram, no entanto, Maria acredita que viveu um milagre, mas sempre frisando a competência de Andrei ao fazer a cirurgia em seu filho. “Acredito que nada acontece somente pelas mãos do homem, também acho que teve a intervenção divina”, confessa o médico.

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