Eleição acontece nesta terça-feira, 17
ACORDO EM RISCO
Antes mesmo da posse da atual legislatura, os vereadores canoinhenses fecharam um acordo para eleger os quatro presidentes ao longo da legislatura. O acordo foi feito, claro, com quem tinha a maioria, no caso PL e PSD, que ocupam seis cadeiras, número suficiente para garantir a vitória de qualquer candidato. Milagrosamente o acordo teve sucesso nos três primeiros anos. Para 2020, no entanto, o acordo periga não ser concluído com sucesso.
O bolo desandou com a declaração ontem de Paulo Glinski (PSD) de que não tem compromisso com acordo, o que deu a entender inclinação para votar em Paulinho Basilio (MDB). “Já vimos chegar eleito e sair perdedor, já vimos quem nem tinha pretensão de ser presidente e foi candidato. Independente de quem vai ganhar a eleição amanhã, quem sabe os dois (Paulinho e Gil) venham a compor. Hora nenhuma nesta legislatura participei de celebração de acordo. Votei anteriormente pela minha convicção, não por acordo. Aqui todos temos liberdade de votar em quem quisermos. Não acredito em interferência do executivo, quando isso aconteceu nunca deu certo. Se pudesse votaria nos dois, não é possível, mas, enfim, antecipadamente, digo que os dois têm condições”, disse.
O voto de Glinski não garante a vitória do emedebista. No mínimo empata a disputa com Gil Baiano (PL), que deixou a Secretaria de Obras neste ano contando com a presidência da Câmara em 2020. O voto de Glinski, somado ao grupo de Basilio – Norma Pereira (PSDB), Telma Bley (MDB) e Camila Lima (MDB) – garante o empate da disputa, o que dá vitória a Baiano, que conta com a vantagem do critério de desempate – maior número de votos nas urnas (ele foi recordista de votos em 2016).
A terça-feira será de muitas conversas de bastidores. Se de fato tiver o voto de Glinski, Basilio precisa de um voto para garantir a vitória, mas quem? Wilmar Sudoski (PSD) vota com o Governo; Chico Mineiro (PL) precisa seguir orientação do partido a fim de garantir a suplência no ano que vem; Célio Galeski (PL) vota incondicionalmente com Baiano; Cel Mario Erzinger (PL) também tende a seguir orientação do partido.
Para decidir em quem apostar, descartando Galeski, tudo depende. Afinal, é de interesse do prefeito Beto Passos (PSD) eleger Baiano ou Basilio? A fala de Glinski dá uma pista. A coluna de ontem dá outra. Está em curso uma tentativa de emplacar Galeski ou Sudoski no MDB a fim de um deles concorrer pelo partido como vice de Passos em 2020. Seria a chapa dos sonhos de Passos: neutraliza o maior partido de oposição que tem hoje. Basilio, que tem poupado há meses o governo de críticas, pode muito bem ser o candidato de Passos, que o fortaleceria na Câmara a fim de disputar sua vice. Baiano, que é bem quisto por Passos, seria rifado em nome de um projeto maior.
DESPEDIDA
Galeski fez uma rápida mensagem de despedida da presidência da Câmara ontem. Destacou o pequeno número de indicações apresentados ao longo do ano em relação a anos anteriores, o que, segundo ele, mostra que o Executivo tem feito um bom trabalho. Requerimentos, no entanto, foram 1.007.
Frisou, também, que pouco mais de R$ 1 milhão estão sendo devolvidos ao longo do ano para o Executivo. Trata-se de dinheiro economizado pela Câmara dos repasses feitos pelo Executivo.
NÃO PROCEDE

Vereador Wilmar Sudoski negou ontem que seja pré-candidato a vice-prefeito. Ponderou, no entanto, que está a disposição do PL e que não estuda troca de partido. A princípio, afirma ele, é pré-candidato a reeleição. “Quem sabe se um dia o MDB me procurar, tenho ligações com o partido, mas até agora isso (convite) não aconteceu”, afirmou.
“Se eu combino, vai ser cumprido”
do vereador Wilmar Sudoski ontem na Câmara, atestando sua lealdade
TERCEIRIZADO
O Município de Canoinhas quer terceirizar o trabalho de construção e manutenção de abrigos para passageiros de ônibus, placas indicativas, bancos e lixeiras públicas, com possibilidade de exploração publicitária. Pela exploração, a empresa licitada pagará um preço ao Município fixado mensalmente. O lucro da empresa que aceitar explorar os equipamentos públicos viria da venda de publicidade. O projeto foi aprovado ontem em primeira votação.
ORÇAMENTO
A Câmara aprovou em segunda e definitiva votação nesta segunda-feira, 16, o orçamento municipal para 2020. Em seu último ano de gestão, Beto Passos (PSD) deve trabalhar com 16% de incremento. Foi de R$ 157,6 milhões em 2019 para R$ 186,9 milhões. o valor é bem maior que o aumento entre 2017 e 2018, que foi de 4%.
PRONTO ATENDIMENTO
Também foi aprovado o bônus de R$ 200 aos servidores do Pronto Atendimento que trabalharão durante o recesso de fim de ano.
“Difícil é manter a palavra em política”
do cel Mario Erzinger, cutucando alguém sem especificar o endereço ontem na Câmara
DIREITO
A Câmara aprovou também, nesta segunda, a criação do cargo de advogado para o Instituto de Previdência de Canoinhas (ICPrev). O cargo segue recomendação do Tribunal de Contas, segundo o Executivo. Até agora, o ICPrev trabalhava com uma consultoria terceirizada.
A segunda votação, hoje, no entanto, depende do parecer do Tribunal, solicitado pelo vereador Paulo Glinski (PSD). “Sem esse parecer não me sinto em condições de votar este projeto”, disse ontem.
FALA, CIDADÃO
A Câmara de Canoinhas está sugerindo por meio de requerimento do vereador Paulinho Basilio (MDB) um dispositivo que facilite o recebimento de reclamações dos cidadãos canoinhenses pela internet. O dispositivo se chamaria Fala, Cidadão.
CADERNETA
Basilio também apresentou projeto de lei, já aprovado em Mafra, que obriga os pais de alunos da rede pública municipal a apresentar a carteirinha de vacinação em dia como pré-requisito para conseguir matricular seus filhos.
ESTAGIÁRIOS
A Câmara de Canoinhas aprecia hoje em segunda votação projeto de lei que altera os valores pagos aos estagiários que trabalham no Executivo e no Legislativo. Os estagiários não recebem aumento nos valores das bolsas desde 2017.
CARTÓRIOS
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) encaminhou para a Assembleia Legislativa uma nova proposta de legislação para os emolumentos dos serviços notariais e de registro no Estado.
Os emolumentos são as taxas cobradas nos cartórios de registro civil, de imóveis e de protestos e de notas, por serviços diversos realizados nesses estabelecimentos, como autenticação de documentos, emissão de escrituras e testamentos, reconhecimento de firma, entre outros.
De acordo com a Exposição de Motivos do PLC, a Corregedoria-Geral da Justiça realizou estudos para aperfeiçoar o atual regimento de emolumentos, a fim de dispor de forma clara e organizada os valores cobrados nos serviços cartoriais de Santa Catarina.