Ninguém tá olhando é uma das grandes sacadas do ano

Série nacional mostra a ação de Angelus na Terra

 

DOS CÉUS


Quase no finalzinho do ano a Netflix brindou seus assinantes com uma das mais divertidas comédias do ano. O melhor: nacional. Na errática trajetória do serviço de streaming nas investidas em produções nacionais, a série é um dos seus maiores acertos.

 

 

 

A trama de Ninguém Tá Olhando começa a partir do momento em que Ulisses (Victor Lamoglia) é gerado como um novo Angelus: um ser supostamente divino cujo propósito é proteger os humanos dos mais variados tipos de acidentes. Os angelus (e não anjos) vivem em um barracão de aspecto abandonado, do qual saem para fazer o bem. As ordens do dia descem aleatoriamente por um sistema mecânico que, creem eles, é regido por Deus. O sistema de operações é coordenado pelo fiscal Fred (Augusto Madeira).

 

 

 

 

Depois de uma leitura dinâmica do manual de humanos, Ulisses está pronto para sua primeira missão. Acompanhado da impagável Greta (Júlia Rabello) e Shun (Danilo de Moura), Uli, como se autoapelida, sai pelas ruas a fim de cumprir a missão do dia. Não demora muito para mostrar sua verve subversiva. 

 

 

 

 

Uli tem de cumprir quatro regras básicas: 

 

  1. Cumprir a Ordem do Dia.
  2. Não aparecer para os humanos. 
  3. Não proteger humanos fora da Ordem do Dia. 
  4. Jamais entrar na sala do chefe.

 

 

 

 

 

Como angelus, Uli se revela um belo desastre. Em pouco tempo ele quebra as quatro regras e coloca a estrutura do Senhor em risco. O castigo do transgressor é ser obrigado a assistir ao filme Cidade dos Anjos, com Nicolas Cage, para o resto da eternidade. O castigo já denuncia a comédia. O timing dos personagens é ótimo. Mérito da direção segura de Daniel Rezende, que despontou no mundo do cinema como montador de Cidade de Deus. Seu talento como montador, aliás, brilha na série. 

 

 

 

 

 

Comparado a The Good Place, também disponível na Netflix, Ninguém Tá Olhando tem como mérito não parecer uma cópia fajuta das comédias americanas. Soa, por mais que tenha sua gênese num argumento explorado à exaustão por Hollywood, algo de original. Assista e compreenderá. 

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