Volmir Valler disse que teve queda drástica no faturamento depois que funcionária o denunciou
O diretor da empresa Brigada Blumenau, Volmir Valler, disse em entrevista ao jornal O Município, de Blumenau, que pretende retomar neste ano as aulas de um curso ofertado no ano passado em Canoinhas, que atraiu pelo menos 22 pessoas. Muitas delas pagaram boa parte do curso, mas tiveram pouco mais de um mês de aulas. A professora que ministrava o curso abandonou as aulas alegando não ter recebido pelo trabalho. Em contato com Valler, os alunos receberam a promessa de retomada das aulas, o que até agora não aconteceu.
A situação foi revelada pelo JMais em dezembro do ano passado. Vários alunos ouvidos pela reportagem se diziam vítimas de um golpe. Em setembro, pelas redes sociais, a Brigada de Emergência Blumenau prometia um curso gratuito para socorristas e bombeiros civis. Para mais informações, os interessados deveriam comparecer a determinado local a fim de fazer a inscrição. Cerca de 200 moradores de Canoinhas foram atraídos pelo anúncio, avisados pelo WhatsApp que tinham sido selecionados para o curso. Destes, somente 22 de fato se inscreveram no curso.
Ocorre que o gratuito não era exatamente de graça. Na versão do funcionário da empresa que apresentou o curso aos “selecionados” no dia 20 de setembro de 2019, o curso de fato era gratuito, mas o material utilizado tinha de ser pago. Valor? R$ 100 de entrada mais 11 parcelas de R$ 200, pagas durante o curso, totalizando R$ 2,3 mil. A justificativa para a “gratuidade” do curso era o subsídio pago pelo Governo (sem especificar se Federal, Estadual ou Municipal) correspondente a 80% do valor total dos custos.
Os alunos contaram que tiveram cinco aulas com uma professora que, no começo de novembro avisou que estava abandonando a empreitada por falta de pagamentos. A proprietária da sala alugada pela empresa para ministrar o curso também alertou que os pagamentos estavam atrasados. Desde 6 de novembro eles estão sem aula. Nos contatos que eles têm com a empresa se renovavam as promessas de retomada das aulas, até que o proprietário da Brigada Blumenau parou de responder aos questionamentos dos alunos.
PREJUÍZO
Valler confirmou ao jornal que as aulas em oito cidades estão paralisadas por falta de profissionais para ministrá-las. Segundo ele, todo o problema começou quando uma ex-funcionária fez uma denúncia contra a empresa, em Santa Maria (RS). Ela reclamava de falta de pagamento. “Ela não esperou o dia correto (de pagamento)”, disse ele. A denúncia foi publicada em uma rádio local e tomou grandes proporções.
“A partir disso foi uma avalanche. Ela disse que não recebeu, aí vários profissionais começaram a parar de dar aulas, alunos pararam de pagar. Para se ter noção, eu tinha um rendimento de R$ 113 mil, esse mês recebi R$ 3 mil”, afirmou.
Valler contou à reportagem que tem diversos processos e notificações do Procon, de várias cidades, por conta dessa situação. Ele diz que tenta tranquilizar os alunos por meio de WhatsApp. A reportagem do JMais tentou contato com ele pelo aplicativo, mas sem sucesso.
Valler promete retomar as aulas neste ano. “Quando eu conseguir contratar todos os profissionais, as aulas serão retomadas. Quem quiser continuar, vai continuar, quem não quiser eu vou reembolsar, mas terão de aceitar parcelado, porque a situação está difícil”.
Ao todo a empresa abriu o curso em 12 cidades. Apenas em Blumenau e Indaial as aulas estão acontecendo, segundo Valler, mesmo os profissionais estando com os salários atrasados. Pelo menos 100 pessoas devem se formar nestas turmas neste ano.