Estudo da CNM aponta risco alto para problemas com drogas em Três Barras

Confederação de Municípios alerta para consumo de drogas em pequenos municípios

 

 

 

Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgada nesta segunda-feira, 13, aponta que 97,31% de 1.599 cidades brasileiras enfrentam problemas com consumo de drogas. A circulação de crack especificamente foi apontada por 73,80% dos Municípios que participaram do estudo – disponível on-line na biblioteca da entidade e com dados atualizados no mapa do Observatório do Crack.

 

 

 

Entre os 141 municípios catarinenses pesquisados, destaque para Três Barras, um dos 17 pesquisados com nível alto de problemas decorrentes do comércio e consumo de drogas.

 

 

 

A secretária de Saúde de Três Barras, Raquel Cunher, admite que no Município o problema se sobressai. “Vem tomando uma dimensão assustadora, agravada pelo desemprego, baixo nível de escolaridade e desestrutura familiar”, explica. Ela frisa a importância do trabalho do Centro de Apoio Psicossocial (Caps), que trata de dependentes químicos. Há, ainda, reuniões de redes, onde todas as demais secretarias estão envolvidas, fazemos um trabalho junto às unidades de saúde com palestras e rodas de conversa com a presença de um psiquiatra. O Caps atende pessoas acima de 18 anos. Se o usuário é menor de idade, ele é encaminhado para um psicólogo ou psiquiatra, que define um diagnóstico. Geralmente o adolescente é encaminhado para um hospital ou clínica públicos.

 

 

 

 

 

Canoinhas também participou do estudo, apontando nível médio quanto aos problemas causados pela consumo e circulação de drogas na cidade. Este nível atinge 49,73% dos municípios pesquisados, ante 36,24% que acham o nível alto e 13,68% que indicaram nível baixo. A situação é analisada e classificada pelos gestores na pesquisa com base em suas próprias percepções. Portanto, não há números delimitando os níveis. Na análise da situação apenas em relação ao crack, 46,99% veem nível médio de problema, 29,94%, nível alto e 20,79% nível baixo.

 

 

 

Dos municípios vizinhos, também aparecem no estudo Itaiópolis, Monte Castelo, Papanduva e Porto União, com nível médio de problemas decorrentes das drogas.

 

 

 

 

Um dos pontos levantados é a capilaridade do problema, que alcança pequenas e grandes cidades, mais próximas ou distantes de grandes polos ou mesmo da fronteira do país. Isso porque 87,3% dos Municípios pesquisados são localidades de pequeno porte — ou seja, possuem menos de 50 mil habitantes. O presidente da CNM, Glademir Aroldi, destaca que o alcance das drogas nos Municípios menores esbarra ainda na falta de recursos para enfrentar a temática. “Não é possível ter um Caps em todas as cidades. Por isso, precisamos de serviços regionalizados, com apoio da União e dos Estados também”, opina.

 

 

 

Segundo o estudo, 50,16% das gestões que responderam à pesquisa desenvolvem ações com recurso próprio. Além disso, apenas 28,72% possuem Caps, como é o caso de Canoinhas e Três Barras. Os Caps prestam serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional. As principais áreas afetadas pelo uso de drogas são saúde (67,92%), segurança (61,48%), assistência Social (60,48%) e educação (56,47%).

 

 

 

 

 

 

Dados de usuários de drogas nos Municípios são raros, como confirma o estudo do Observatório do Crack: apenas 22,45% dos pesquisados têm estimativas desse grupo. O baixo índice já era esperado, pois há uma falta de informatização dos sistemas e também entre as áreas que trabalham com a temática. Outra questão é que grande parte da população usuária de drogas é itinerante. Também existem relatos dos participantes da pesquisa sobre a dificuldade de acompanhamento desses indivíduos, que entram e saem da rede de atenção inúmeras vezes, em razão de recaídas.

 

 

 

 

 

METODOLOGIA
A CNM disponibiliza o questionário on-line na plataforma do Observatório do crack para que o responsável, indicado pelo(a) gestor(a) municipal, tenha acesso às perguntas. A pessoa encarregada recebe uma senha de acesso e um login via e-mail. O questionário é composto por quatorze perguntas-mãe que se desdobram em outras, conforme as respostas.

Rolar para cima