Resposta pode estar nas divergências, que deveriam ser saudáveis
Petistas contra bolsonaristas, direita contra esquerda, gente de bem contra gente pervertida. São tantos os adjetivos que os brasileiros têm se dado ultimamente que soa espantoso como ainda não nos matamos. Todo mundo concorda em divergir.
A divergência, por sua natureza, deveria ser saudável. Deveríamos nos orgulhar de sermos capazes de discutir, de divergir. É assim que ampliamos nossos horizontes, entendemos outras realidades e, por fim, compreendemos, criando empatia pelo próximo.
No Brasil polarizado de hoje, no entanto, as pessoas estão cada vez mais especialistas nas suas próprias convicções. Isso implica em ouvir somente quem concorda comigo, e demonizar quem discorda. Idiota é quem discorda de mim, já dizia alguém de que não me lembro, provavelmente porque discordava dele em alguma coisa.
Ouvir não é tão ruim assim, contudo, precisamos deixar a ironia e a empáfia de lado se queremos ser ouvidos. Ninguém presta atenção em gente que quer falar mais alto, impondo e não barganhando. Se você é desses, desista de convencer alguém que discorda de você.
O diálogo se dá quando os dois lados depõem as armas, dispostos a barganhar, a ceder. A regra de ouro do casamento vale para tudo na vida, inclusive para discussões políticas, o grande fetiche do brasileiro hoje.
Há aqueles que recomendam simplesmente não discutir política. Discordo. A política é o reflexo do nosso dia a dia em sociedade. Tudo que nossos políticos discutem e decidem reflete nas nossas vidas, então, precisamos sim discutir e seja na divergência ou na convergência, encontrar o respeito pela opinião alheia. Simples não é, mas não vejo ninguém tentando mudar.