Categoria dos servidores públicos estaduais protestaram contra reforma
SOB PRESSÃO
Quem comunga da intimidade do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) usa uma palavra para descrevê-lo: “turrão”. Quando ele decide algo, é difícil dissuadi-lo, por mais convincentes que sejam os argumentos. Foi assim, por exemplo, com o fim dos subsídios a determinados setores. Depois de desgastar os setores e, principalmente, se desgastar, se convenceu ao, ele mesmo, comparar as alíquotas para os mesmos setores em outros Estados. Convenceu-se do óbvio: com alíquotas menores, os outros Estados ganhariam em competitividade.
Essa postura será testada mais do que nunca na hora de enfrentar uma categoria bem mais intensa: a dos servidores estaduais.
Ontem, na abertura dos trabalhos da Assembleia, servidores e sindicalistas que acompanhavam a sessão gritaram palavras de ordem contra a proposta de reforma da Previdência do funcionalismo estadual, que está em tramitação na Assembleia. Eles pediram que o governador retire a reforma.
Moisés falou por quatro minutos, demonstrando tranquilidade. O presidente da Casa, Julio Garcia fez os salamaleques tradicionais na sequência, mas encerrou a sessão em 14 minutos temendo o avanço dos manifestantes que ocupavam as galerias e gritavam cada vez mais alto, sobrepondo as reclamações à fala do presidente da Casa.
O ano será tenso se Moisés quer enfrentar o setor, mesmo com a popularidade aparentemente em baixa.
“Ele não liberou 1 real para municípios onde ele não tem interesse político”
do prefeito de Major Vieira e vice-presidente da Fecam, Orildo Severgnini (MDB), criticando Moisés em entrevista ao programa Fala Cidade da 98FM ontem
REFORMA
A reforma da previdência dos servidores estaduais de Santa Catarina é o tema que deve concentrar os debates nas primeiras semanas de trabalho da Assembleia Legislativa em 2020. Desde o final de 2019, tramitam na Assembleia um projeto de lei complementar e uma proposta de emenda à constituição que mudam regras para aposentadoria dos servidores do Estado.
A modificação na previdência divide atenções no parlamento com a análise de uma representação que aponta suposto crime de responsabilidade do governador Carlos Moisés. É o primeiro pedido de impeachment a ser enfrentado por Moisés.
SINAIS

A política é feita de gestos. Anteontem, a presença de Beto Faria (MDB) na abertura do ano legislativo na Câmara foi sintomática. Ok que um emedebista estava assumindo a presidência, porém, Faria sabia que prestigiaria o discurso do prefeito Beto Passos (PSD) que, por sua vez, não deixou de mencionar a participação de Faria na construção do Mercado Municipal.
GERSA
Vereadores Norma Pereira (PSDB) e Cel Mario Erzinger (PL) ficaram indignados com resposta da superintendente jurídica da regional de Joinville da Secretaria de Estado da Saúde, Camila Visotto, sobre o fechamento da Gerência de Saúde (Gersa) de Canoinhas.
Ela diz que em 12 de junho de 2019 foi publicada lei sobre modelo de gestão da estrutura pública estadual. A dita Reforma administrativa foi que levou ao fechamento da Gersa de Canoinhas, incorporada a Mafra, que assumiu todas as funções da regional canoinhense.
O ofício afirma que “nos últimos anos, o serviço já era prestado por Mafra”, uma mentira deslavada conforme protestaram os vereadores. “Resposta bem formulada, mas nós jamais vamos concordar em como foi conduzido esse processo. Só temos de lamentar”, disse Erzinger.
INDIGNADA

Norma Pereira (PSDB) afirmou que o Governo do Estado não sabe o que acontece em Canoinhas. “Tentamos impedir o fechamento da Gersa desde 2018. Fizemos de tudo para manter essa instituição aqui. As servidoras da Gersa conseguiram abordar o governador à época para explicar a importância da Gersa, tínhamos informações seguras de que a Gersa de Canoinhas era uma das mais eficazes do Estado, com servidores altamente qualificados. É triste saber que alguém escreve algo que não conhece quando diz que o serviço já não era prestado pela Gersa. Precisamos reverter esse quadro”, afirmou.
CAMINHÃO A GÁS
O governo pretende zerar o Imposto de Importação de caminhões e carretas movidos a gás natural – também conhecido como gás natural veicular (GNV). O objetivo é reduzir o custo de aquisição desses veículos, e oferecer uma alternativa de combustível mais barata que o diesel.
A decisão será tomada na reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex) marcada para a próxima semana. Além de ser mais barato que o diesel, o gás natural para os veículos também polui menos. A informação é do jornal O Globo.
JOGA PRA GALERA

Governadores de todo o País estão irritados com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ele tem incitado seus apoiadores por meio das redes sociais para cobrar de seus governadores a redução do ICMS, imposto que mais pesa sobre o preço dos combustíveis.
Ocorre que o ICMS é o principal imposto arrecadado pelos Estados. A União, que fica com mais de 60% de todos os impostos que se paga no País, tem dezenas de outros impostos para cortar, mas não quer abrir mão de receita, assim como, claro, os governadores.
CUMPRIMENTO
Vereadores de Canoinhas estão questionando o prefeito Beto Passos (PSD) sobre o não cumprimento da lei sancionada por ele em agosto de 2018 que institui nas escolas municipais a presença de um funcionário ou professor habilitado em primeiros socorros. A lei deveria ter entrado em vigor no começo do ano passado.
Quando apresentada como projeto de lei de autoria de Paulinho Basilio (MDB), o projeto foi vetado pelo Executivo, que se comprometeu a enviar outro projeto com o mesmo teor de autoria do Executivo. Foi o que aconteceu. Falta agora, no entanto, a aplicação da lei.
Basilio contou que conversou com o comando dos Bombeiros de Canoinhas, que se comprometeu a promover gratuitamente o curso para capacitar os profissionais das escolas.
“Já que eles não encontraram a solução em um ano e meio, eu encontrei”
do presidente da Câmara, Paulinho Basilio, sobre a conversa com o comando dos Bombeiros
BEBIDA NA RUA
Vereador Cel Mario Erzinger (PL) aproveitou para reclamar da falta de regulamentação da lei que proíbe o consumo de bebida alcoólica em lugares públicos da cidade. “Não se pode passar mais de um ano sem a aplicação desse tipo de lei”, contestou.