Um dos criminosos, apontado como uma das lideranças da quadrilha, ainda está foragido
Operação das polícias Militar e Civil que prendeu seis integrantes de uma quadrilha de caixeiros e matou outros dois em Santa Cecília nesta terça-feira, 4, segue nesta quarta-feira, 5, no município de Santa Cecília. A quadrilha que planejava assaltar uma agência bancária em Santa Cecília foi surpreendida pela polícia na manhã desta terça.
A operação teve atuações decisivas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Comandos e Operações Especiais (COE), Comando de Operações de Busca Resgate e Assalto (Cobra), Batalhão de Aviação da Polícia Militar (BAPM), Agência de Inteligência Central (ACI), Choque, Agências de Inteligência (Ais) da região, Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Blumenau, equipes do 3º, 6º, 15º e 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Grupo Especial de Mafra e Polícia Civil.
No início da tarde desta quarta-feira, 5, Major Lucius Carvalho, subcomandante do Bope, em entrevista ao Programa Repórter 98, da rádio 98 FM, contou detalhes da operação. Major Lucius explicou que a informação era da possibilidade de assalto a agência bancária na modalidade que a polícia chama de ‘Novo cangaço’, conhecida pela grande quantidade de criminosos que é envolvida, com funções bem delineadas, lideranças, utilização de armas de grosso calibre, violência, emprego com reféns, escudos humanos, incêndio em veículos, entre outros. “A informação que se tinha e depois a gente confirmou, é que de fato haveria algo desse gênero. Com base em informações que foram repassadas ao Bope, nós empregamos uma intervenção que foi executada nesta terça-feira, 4, de manhã, que era o dia planejado para o assalto, com o intuito de evitar que essa empreitada criminosa acontecesse”, disse o subcomandante.

Lucius comentou que a polícia estava muito preocupada com a população local da cidade de Santa Cecília, já que a região é muito afetada com este tipo de crime. “Conseguimos êxito em fazer uma invasão tática com mandados de busca que foram conseguidos no Fórum da região de Santa Cecília, em um trabalho também do Gaeco, que é a força-tarefa do Ministério Público, e conseguimos fazer a invasão tática na residência”, afirmou o major.
COMO ACONTECEU
No momento da invasão, da entrada da Polícia no local, cinco pessoas foram presas. Outros quatro criminosos fugiram e dispararam contra as equipes policiais. Houve então o revide e os quatro conseguiram fugir para um matagal. “Empregamos técnicas de busca, de rastreamento humano, dentro dessa expertise que é desenvolvida pela equipe Cobra, equipe de Operações Especiais do Bope, e nessa empreitada dois homens entraram em confronto com a guarnição e entraram em óbito no local”, explicou.
Um dos criminosos se entregou e foi preso. Um quarto acusado, que é apontado como uma das lideranças da quadrilha, ainda se encontra foragido em uma região de mato e as equipes continuam em buscas pelo local, com cerco planejado com o intuito de evitar a fuga.
EQUIPES EMPREGADAS E NÚMEROS DA OPERAÇÃO
“Muitas unidades foram envolvidas durante a operação, não foi somente o Bope. Teve o Batalhão de Aviação que empregou duas aeronaves, esteve aqui presente o subcomandante da Polícia Militar de SC, teve a participação da Polícia Civil de Santa Cecília, parceria com o Ministério Público e também do Judiciário de Santa Cecília, concedendo os mandados de busca, possibilitando esse trabalho com muita legalidade”, enalteceu Lucius.
Foram apreendidas cinco espingardas, armas de grosso calibre, três pistolas, farta munição e drogas. Um dos criminosos tinha mandado de prisão por tráfico na região. Há buscas sendo feitas também nesta quarta-feira, com o emprego de um cão farejador.

Além das drogas e do arsenal, foram encontrados também ‘miguelitos’, pregos retorcidos jogados propositalmente para dificultar a perseguição policial. Um dos veículos que seria utilizado no crime era uma EcoSport, roubada na região do Litoral catarinense. “O veículo era de uma senhora que fazia pouco tempo que tinha acabado de pagar o carro e o veículo não estava segurado. Ela veio para Santa Cecília para buscar o veículo e estava bastante feliz em recuperá-lo. Possivelmente o carro ia ser utilizado no crime e depois ia ser incendiado”, declarou o major.

“Seguem as buscas e estamos felizes com o resultado, para nós que viemos da capital para nos empregarmos nessas operações específicas é muito gratificante conseguir olhar nas pessoas, desde o momento que a viatura está passando, tomar um café na padaria, todo mundo nos agradecendo muito. Isso aí não tem preço!”, finalizou o subcomandante.