Clero da Diocese de Caçador decide manter igrejas fechadas para celebrações

Igreja entende que a melhor forma de conter a propagação do vírus e proteger a vida é o isolamento social

 

 

 

A Diocese de Caçador, através do bispo diocesano Dom Frei Severino Clasen, deve emitir ainda nesta quarta-feira, 22, uma nota com relação ao decreto do governador Carlos Moisés (PSL), que permite a abertura de igrejas e templos. Em sua homília na missa online desta quarta-feira, pelo Facebook da Diocese, o bispo Dom Severino falou que o clero optou por manter as igrejas fechadas para cultos e celebrações.

 

 

 

 

Segundo a portaria nº 254 de 20 de abril do Governo do Estado, as igrejas poderiam voltar a celebrar contanto que reduzissem 30% a capacidade de fiéis, mantivessem o máximo de ventilação possível, uso de máscara tanto para colaboradores quanto para os fiéis, a não participação de pessoas acima de 60 anos e demais integrantes de grupos de risco, afastamento de bancos e distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas, bem como a disponibilização de álcool gel na entrada e saída das celebrações. Uma das obrigações contidas na portaria do Governo do Estado é que nos cultos em que houver a celebração de ceia, com partilha de pão e vinho, ou celebração de comunhão, os elementos somente poderão ser partilhados se estiverem pré-embalados para uso pessoal.

 

 

 

 

“Hoje estamos sendo libertos de uma prisão da pandemia que exige de nós uma liberdade com isolamento. Mesmo na insanidade de alguns decretos, é importante que a gente tenha a liberdade de anunciar o Cristo em casa e com a família e permaneçamos vigilantes no anúncio da essência do ser cristão”, disse Dom Severino.

 

 

 

 

 

“Não podemos reduzir Jesus a uma embalagem como saiu no decreto do Governo Estadual, para poder participar das missas e que as hóstias sejam embaladas. Nós precisamos ter essa liberdade, de defender a essência da eucaristia, do valor da comunhão eucarística.  Por isso, ontem, em reunião com os bispos, em conjunto, reprovamos essa atitude. Hoje (quarta-feira) sairá uma nota de esclarecimento para todo o povo catarinense. Igualmente o nosso clero da Diocese de Caçador, reunido ontem à noite, num gesto de muita liberdade, em comunhão, deu para perceber a alegria dos padres, de anunciar Jesus mesmo nessa situação, com saudade do povo, com dor de não poder ver o povo, mas também optaram de manter as igrejas fechadas para os cultos e celebrações em vista dessas normas que colocam o povo em perigo. Se colocarmos o povo em perigo, somos cúmplices da morte de muitas pessoas inocentes”, explicou o bispo diocesano.

 

 

 

 

Dom Severino manifestou que a Igreja não faz política, não tem ideologia, mas que olha a essência da vida. “Aqueles que buscam a vida, a liberdade da vida, eles andam na luz. A luz existe para mostrar caminhos, para apontar direção e a direção é Deus. O mundo tem de ser convertido e, por isso, Jesus coloca aqueles que agem conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste e suas ações são realizadas em Deus, e não no mercado”.

 

 

ACOMPANHE O PRONUNCIAMENTO DO BISPO DOM SEVERINO – PRESIDENTE DA CNBB – REGIONAL SUL 4

 

Confira abaixo a nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Sul 4, que é composta por bispos de dez dioceses catarinenses — Chapecó, Joaçaba, Caçador, Rio do Sul, Joinville, Lages, Criciúma, Tubarão e a Arquidiocese de Florianópolis, e tem como presidente, o bispo Dom Severino Clasen. A título de experiência, apenas a Arquidiocese de Florianópolis fará celebrações, que poderão ser canceladas novamente caso aumente a epidemia e haja risco para os fiéis. As demais dioceses de Santa Catarina permanecem com as igrejas de portas fechadas, realizando apenas missas online. Cada bispo orientará sua diocese.

 

 

CONFIRA A NOTA OFICIAL DA REGIONAL SUL SOBRE A PORTARIA 254

 

 

LUTERANOS

Ainda na terça-feira, 21, as igrejas sinodais de Santa Catarina decidiram que também vão seguir as orientações da Igreja de Confissão Luterana no Brasil (IECL) e não retomarão os cultos no Estado.

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