29 de abril de 2020
Folha de S.Paulo
Cai apoio a isolamento; Brasil já tem mais mortos que China
Em queda, o apoio a um isolamento social amplo para conter o coronavírus divide a população brasileira, mostra pesquisa Datafolha. Pela primeira vez desde o início da pandemia, há empate técnico entre os que defendem a volta ao trabalho dos que estão fora dos grupos de risco e os que apoiam a permanência deles no isolamento.
São considerados grupos de risco para a Covid-19 idosos e pessoas com comorbidades como cardiopatia, diabetes e doença renal.
A proporção de brasileiros que defendem que as pessoas fora dessa categoria deveriam sair para trabalhar passou de 37%, no início de abril, para 41% em 17 de abril e para 46% na pesquisa realizada nesta segunda-feira (27).
- Cidade de São Paulo já negocia usar UTIs privadas
- Pandemia afeta 5 milhões de empregos com carteira
- Nomeação de novo chefe da PF gera ações na Justiça
- Presidente apoia pressão para saída de Regina Duarte
O Estado de S.Paulo
País passa de 5 mil mortes pelo coronavírus e supera a China
Com 474 mortes registradas entre segunda-feira e a tarde de ontem, o total oficial de vítimas da covid-19 no País chegou a 5.017, superando os números da China, marco zero da doença, que de acordo com a Organização Mundial da Saúde contabiliza 4.643 mortes. O número de mortos de ontem também foi recorde para um período de 24 horas no Brasil. O País superou assim Itália, França e Espanha e subiu para o terceiro lugar entre as nações que mais registraram mortes pela covid-19 entre segunda-feira e ontem, atrás apenas de EUA e Reino Unido. Já o número total de casos confirmados da doença no País subiu de 66.501 para 71.886. “Temos que abordar isso como um problema, como uma curva que vem crescendo, como um agravamento da situação”, disse o ministro Nelson Teich. São Paulo continua sendo o Estado mais afetado pela doença, com 2.049 mortes e 24.041 casos confirmados. Na Grande São Paulo, 81% dos leitos de UTI estão ocupados. No Estado, o índice é de 61,6%.
- Trump quer vetar voos ao Brasil para barrar doença
- Cientistas de Oxford estão adiantados na busca da vacina
- Amigo da família Bolsonaro assume direção da Polícia Federal
- No País, 200 mil desempregados não têm acesso seguro
- Presidente do Santander prega equilíbrio fiscal
O Globo
Com mais de 5 mil mortes, país passa China, e Bolsonaro diz: ‘E daí?’
Com 5.017 mortes, das quais 474 nas últimas 24 horas, o Brasil passou a China e está na 9ª posição entre os países com maior número de óbitos por Covid-19. Especialistas estimam que o país chegue a dez mil mortos já na segunda quinzena de maio e, diante do menor rigor no isolamento social, preveem explosão de mortes como nos EUA, na Itália e na Espanha. O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu o agravamento da situação. Na porta do Alvorada, o presidente Bolsonaro, ao falar sobre o avanço da doença, disse: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre”. Das 30 UPAs do Rio administradas pela prefeitura ou pelo estado, 25 tinham ontem as salas vermelhas, para pacientes graves, lotadas. No Complexo da Maré, cinco corpos esperavam remoção em salas e corredores. As funerárias têm demorado até 36 horas para retirá-los. Dados dos cartórios de registro civil mostram aumento, desde 16 de março, de 2.400% no Rio e 842% em São Paulo de óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Para epidemiologistas, a subnotificação de Covid-19 no Brasil, por falta de testes, é muito superior à de outros países.
- Trump admite adotar restrições para voos do Brasil
- País tem 200 mil desempregados ainda sem seguro
- Políticos reagem à nomeação de Ramagem para PF
- Europeus anunciam medidas para afrouxar quarentena