A Very English Scandal conta história real que remete ao temor da intolerância

Hugh Grant interpreta o parlamentar inglês Jeremy Thorpe

 

 

 

 

 

INTOLERÂNCIA


Se um dia o mundo resolver acertar suas contas com todos os injustiçados pouca gente sobrará, imagino. Mais evidente neste momento, as estúpidas atitudes de muitos brancos contra negros é só a ponta do iceberg que se organizar direitinho, ninguém fica de fora da mira da metralhadora justiceira da humanidade. O endereço mais certo, hoje, para encontrar isso, claro, são as redes sociais.

 

 

 

Antes do direito de serem vistos relativamente como gente, os homossexuais também tiveram uma trajetória torturante. Alvos de Hitler durante o regime nazista, até mesmo na progressista Inglaterra foram perseguidos mesmo depois da Guerra, ao ponto de o pai da computação Alan Turing ter salvado mais de duas mil vidas ao prever um ataque durante a 2ª Guerra Mundial (história muito bem contada no filme Jogo da Imitação) e, mesmo assim, ter sido assassinado pelo governo exclusivamente por sua preferência sexual. Na Inglaterra dos anos 1940, homossexuais eram tratados como doentes e passavam por castração química para contradizer sua natureza. Um doente mental que criou uma máquina com a complexidade do computador, que estupidez, não?

 

 

 

 

Ainda na década de 1960, o homossexualismo não era aceito. É nesse período que se passa A Very English Scandal, minissérie disponível no Globoplay.

 

 

 

 

A história real tem como pano de fundo uma das instituições mais simbólicas do país, o parlamento inglês, onde Jeremy Thorpe (Hugh Grant), líder do Partido Liberal Britânico, demonstra um futuro promissor, exceto por um detalhe de sua vida privada. Durante uma viagem ele conhece Norman (Ben Whishaw) e se encanta pelo rapaz. Diz que, caso ele precise de ajuda que o procure. E assim se faz. Jeremy recebe Norman na casa que divide com a mãe. Lá eles se envolvem sexualmente. O problema é que discrição não é o forte de Norman, que se sentindo contrariado, resolve expor o amante.

 

 

 

 

Isso ocorre anos depois, quando Thorpe já estava casado com uma mulher, tinha tornado pai e crescido na carreira política. Quando seu ex-amante ameaça revelar o caso, Thorpe decide elaborar um plano de ação que, eventualmente, acaba expondo todo o escândalo.

 

 

 

 

A leveza com que A Very English Scandal trata do assunto, ameniza o que de fato foi este escândalo que tomou os tabloides da época, levando o país a acompanhar o desfecho da história. Não pelo interesse político, social, mas pela inerente curiosidade de saber o que os outros fazem na cama.

 

 

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