Terceira temporada de The Sinner fica devendo (e muito) à primeira

Única coisa interessante é perceber o aprimoramento da interpretação de Bill Pullman

 

 

DECEPCIONANTE


Quando The Sinner estreou na Netflix, o boca a boca se sobrepôs à divulgação tímida e muita gente se surpreendeu. A trama começava com uma mãe de família atormentada que esfaqueava até a morte um aparentemente desconhecido por causa de uma música. A boa premissa descortinou uma trama ainda mais integrante e surpreendente, fruto de um roteiro ágil e redondinho. Boa parte do êxito dessa primeira temporada, se deve, também, a boa interpretação de Bill Pulmann, no papel do detetive Ambrose, tanto que ele aumentou seu protagonismo nas duas temporadas seguintes.

 

 

 

 

A expectativa, claro, cresceu com relação a segunda temporada. A trama envolvendo uma criança e um estranho reduto não superou a primeira, mas também não fez feio.

 

 

 

 

Parecia uma premissa de que a coisa desandaria na terceira temporada.

 

 

 

 

Começa bem. Jaime, um professor bem-sucedido interpretado por Matt Bomer, leva vida aparentemente feliz ao lado da esposa que espera seu primogênito. Tudo muda quando em uma noite tranquila, bate a sua porta um suposto amigo de faculdade. O clima entre os dois sugere uma relação amorosa. Isso se delineia claramente em alguns momentos em que Nick Haas (Chris Messina), o amigo, demonstra ciúmes de Matt que, por sua vez, o repele.

 

 

 

Os dois saem juntos e, horas depois, se envolvem em um acidente de carro. Chris morre e o mistério sobre quem ele era se descortina.

 

 

 

O problema da temporada é que, ao contrário das duas primeiras, você mata a charada logo no segundo episódio e o que se estende a partir de então é uma ladainha de inspiração pseudofilosófica sobre livre arbítrio. Há uma clara intenção de aumentar o protagonismo de Ambrose, fazendo com que ele se depare com seus demônios por meio dos discursos de Matt. O que pode parecer ao espectador muito claramente uma mente perturbada, para Ambrose parece ser uma espécie de enviado do além com a missão de levá-lo a expiar seus pecados.

 

 

 

Esse verniz filosófico não cola e irrita em alguns momentos. Quando a temporada acaba a sensação é de que você perdeu seu tempo. Fica para a quarta temporada, já confirmada.

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