Interpretação de Shira Haas é ponto alto da minissérie
NADA RUIM
Você já viu um casamento judeu ortodoxo? Eu, nunca! Por isso fiquei realmente surpreso ao ver como o ritual tem suas particularidades com as minúcias apresentadas em Nada Ortodoxa, minissérie disponível na Netflix que, na semana passada, emplacou três indicações ao Emmy 2020, o mais importante prêmio da TV americana que, assim como o Oscar, também premia produções internacionais faladas em inglês.
A produção se passa na Alemanha e mostra a transformação radical na vida de Esther Shapiro (Shira Hass), fugida de uma comunidade judia ortodoxa estadunidense cansada das restrições que sofria como esposa dentro da comunidade. Os quatro episódios são bem enxutos e dão conta de nos apresentar em primeiro plano, os ritos judeus ortodoxos no que diz respeito ao casamento. À medida que conhecemos o que significa, para eles, uma união entre um homem e uma mulher, vamos acompanhando os primeiros passos de Esther em Berlim, na Alemanha, para onde foge.
Com pouquíssimo conhecimento de mundo, Esther não sabe exatamente como, nem porque, mas quer uma vida diferente para si. Ao dar de cara com uma escola de música decide que iniciará uma brilhante carreira de pianista. Descobre que não é bem assim que a vida fora da comunidade funciona. Aos trancos e barrancos vai conhecendo os sabores e dissabores da liberdade, faz amizades e reencontra a mãe. Ao passo que seu marido ferido, acompanhado de um primo aparentemente mal-intencionado a caçam como a uma presa perdida.
Nada Ortodoxa mostra particularidades sobre uma comunidade e o choque entre passado e presente quando alguém (ainda mais uma mulher, na visão judia) decide conhecer o mundo fora da sua bolha. Uma pequena joia ainda mais abrilhantada pela interpretação tocante de Shira, merecidamente indicada ao Emmy de melhor atriz de minissérie.