Número se aproxima de 2019; há 19 inquéritos em curso na Delegacia Regional de Canoinhas
A Polícia Civil de Canoinhas, através da Divisão de Investigação Criminal de Canoinhas, está com 19 inquéritos em curso, que investigam crimes de homicídio e homicídio tentado. Oito pessoas foram assassinadas na comarca de Canoinhas, que engloba também Major Vieira, Bela Vista do Toldo e Três Barras, somente em 2020. O número se aproxima do total de assassinatos registrados em 2019: nove.
Há 11 inquéritos de homicídio tentado investigados pela Polícia Civil de Canoinhas, sendo que uma vítima ainda encontra-se hospitalizada em estado grave. Das 21 vítimas desses crimes, 20 são homens e apenas uma é mulher.
Em entrevista ao jornalista Joselito Biluka do Programa Repórter 98, da rádio 98 FM, na semana passada, o delegado Marlon Bosse falou sobre as tentativas de homicídio e homicídios que já foram solucionadas pela DIC de Canoinhas, durante o quadro Investigação Criminal em Destaque da Polícia Civil de Canoinhas.
OS CRIMES
Em 31 de maio deste ano, ocorreu um crime bárbaro no distrito do São Cristóvão, em Três Barras. Criminosos da facção rival assassinaram um suposto membro de outra facção, no entanto, um dos seis criminosos acabou atingindo o próprio companheiro nas costas. “Apuramos que houve um erro de execução do homicídio. Identificamos todos os autores e todos eles estão presos”, afirmou Bosse.
Em maio, outro crime foi registrado no bairro Bom Jesus, em Três Barras, um homicídio qualificado em que a vítima foi assassinada com vários golpes de faca. “Identificamos o autor e representamos ao Poder Judiciário pela sua prisão, pois tempos atrás ele já havia praticado um roubo contra uma senhora, por ser de alta periculosidade”, afirmou o delegado. Contudo, o pedido não foi acatado e foram adotadas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Também em maio, houve um homicídio no distrito do São Cristóvão. A vítima foi morta no início da noite por disparos de arma de fogo. “Só tínhamos o corpo com várias perfurações e nada mais”, contou o delegado. O inquérito foi instaurado, identificada a vítima e concluído que o crime foi uma guerra entre facções. Todos os autores foram identificados e presos com drogas e armas.
Outro homicídio que dificultou bastante o trabalho de investigação da DIC de Canoinhas foi o do proprietário de um bar alvejado por tiros no bairro Água Verde no dia 29 de agosto. A esposa do proprietário também foi atingida e foi hospitalizada. “Foi uma investigação difícil, mais uma vez, só tínhamos o corpo da vítima, e sua esposa baleada no peito, na mão e na perna, por diversos disparos de arma de fogo”. Novamente, a investigação apurou que esse crime foi motivado por uma guerra entre facções criminosas. Os autores foram presos e identificados. Na sexta-feira, 16, a Polícia Civil prendeu o último dos cinco acusados do crime.
Outro crime que comoveu a sociedade foi o de dois jovens que estavam desaparecidos e foram encontrados mortos, enterrados próximo ao distrito do São Cristóvão. Segundo o delegado, esse é um dos crimes mais complexos já investigados em Canoinhas neste ano. Como o inquérito está em andamento, o delegado não divulgou mais detalhes para não atrapalhar as investigações.
Ainda no São Cristóvão, houve mais um homicídio neste ano e no inquérito foi reconhecida a legítima defesa do autor. “Como o autor apenas se defendeu, não há crime”, esclareceu Bosse.
No dia 1.° de janeiro, na noite de Ano Novo, houve outro assassinato na ponte do São Cristóvão, na divisa com Canoinhas. “O autor foi identificado e mais uma vez foi apurado que agiu em legítima defesa”, explicou Bosse. No dia do crime, ele estava dormindo quando foi atacado por um suposto usuário de drogas. A suposta vítima estava sob efeito de substâncias, conforme laudo do Instituto Geral de Perícias, e o autor tomou a faca e se defendeu com a mesma faca, segundo a conclusão da Polícia.
Em 20 de abril, um homem foi encontrado desmaiado, atingido por disparos de arma de fogo na cabeça. “Iniciamos a investigação e a Polícia concluiu que a vítima estava com a espingarda, que acabou disparando contra si”. A DIC concluiu então que houve falsa comunicação de crime, fraude processual, pois um colchão havia sido queimado e a casa limpada, prejudicando o trabalho da polícia. Os policiais representaram por busca e apreensão na residência, apreenderam a arma de fogo, o homem foi autuado em flagrante e indiciado. pela falsa comunicação do crime, por fraude processual, além da posse ilegal de arma de fogo.
Entre os crimes investigados está também um registrado em Bela Vista do Toldo. Um homem foi atingido pelas costas em uma tentativa de homicídio. “Abrimos o inquérito, apreendemos a arma (uma espingarda) e interrogamos o autor que confessou os disparos”. No entanto, um homem, testemunha do crime, afirmou em seu depoimento, não ter visto o assassinato. Ele foi indiciado por falso testemunho.
DESTAQUE
No final de setembro, foram divulgados dados que mostram que a Polícia Civil de Santa Catarina está entre as três melhores do país quando o assunto é resolução de crimes contra a vida.
Como os dados são de 2017, SC desponta com 63% de resolução e fica na posição de terceiro melhor Estado do País, porém, hoje a taxa é de 73,3% (2019), o que elevaria SC para o segundo lugar. Agora, em 2020, apenas nos primeiros seis meses do ano, a taxa de resolutividade dos homicídios da Polícia Civil já estava em 54%, o que indica que o Estado atingirá novamente uma das melhores taxas do País ao término do ano.