Nove pessoas são presas acusadas de envolvimento na morte de meninos

Jairo Adriano Smikatz Filho e Luiz Henrique Padilha dos Santos foram mortos e enterrados

 

Oito pessoas foram presas entre a tarde desta segunda-feira, 23, e a manhã desta terça-feira, 24, acusadas de envolvimento com a execução de Jairo Adriano Smikatz Filho, 15 anos, e Luiz Henrique Padilha dos Santos, 20 anos, encontrados enterrados em covas rasas no limite entre os municípios de Canoinhas e Três Barras no dia 30 de julho.

 

 

 

Inicialmente o caso havia sido tratado como desaparecimento de pessoas, o que mudou de configuração quando os corpos foram encontrados enterrados em covas rasas (assista acima), ambos com tiros na cabeça e sinais de esganadura no pescoço. “A investigação se iniciou, sabíamos que poderia ter alguma relação com facções porque dias antes havíamos deflagrado a operação Erga Omnes, que buscava justamente coibir a atuação de facções na região de Canoinhas”, conta o delegado que coordena a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas, Marlon Bosse.

 

 

Jairo Adriano Smikatz Filho tinha 15 anos/Arquivo da Família

 

 

Deflagrada pela DIC de Canoinhas nesta segunda, 23, a Operação Emboscada cumpriu nove mandados de prisão. Um dos acusados já estava preso. “Foram identificadas todas as pessoas que participaram deste crime”, afirma Bosse. O delegado conta que durante a investigação se descobriu que as duas vítimas foram convidadas para um churrasco organizado por uma facção criminosa, no qual ingeriram bebida alcoólica e drogas e, supostamente, admitiram serem simpatizantes de uma facção rival. A partir de então eles foram torturados e assassinados com disparos de arma de fogo na cabeça e estrangulados com fios de energia elétrica. Depois de mortos foram enterrados em uma cova rasa nas proximidades da ponte que separa os distritos de Marcílio Dias (Canoinhas) e São Cristóvão (Três Barras). Foram identificados o mandante, os assassinos e quem enterrou os corpos. Quatro foram presos na tarde desta segunda em Canoinhas e quatro na manhã desta terça em Mafra. O nono acusado já cumpre pena em um presídio de Jaraguá do Sul.

 

 

 

 

 

FACÇÕES

O delegado regional Rui Orestes Kuchnir lembra que o combate a facções tem sido o foco da investigação da Polícia Civil no Planalto Norte. Ele lembra que agora há uma nova disputa entre facções paranaenses que tentam entrar em Santa Catarina. “Temos trabalhado intensamente no combate às facções e estas nove prisões em uma só operação são um exemplo disso”, destacou.

 

 

 

Os acusados estão presos em Canoinhas e Mafra e devem ir à júri popular. “Esperamos que a sociedade os mantenha na cadeia porque de nada adianta combatermos o crime e a sociedade, por meio do júri popular, soltar os criminosos”, frisa Bosse.

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