E o Oscar foi para… os selfies!

A julgar pela repercussão da cerimônia do Oscar nesta segunda-feira, 3, o selfie feito pela apresentadora Ellen DeGeneres acima repercutiu mais que os vencedores.

A repercussão, por sinal, reflete a preocupação constante que as emissoras de tevê têm com a chamada ‘segunda tela’. É o tablet, o computador, o smartphone, enfim, toda a parafernalha que lhe rouba audiência há anos.

Parece que a investida deu certo. A foto quebrou recordes de compartilhamento.

Falando em cinema, que é o que realmente importa, este foi um ano atípico.

No ano passado, Argo levou três Oscars, incluindo melhor filme. As Aventuras de Pi levou quatro, incluindo direção. Era prenúncio de que neste ano o desiquilíbrio seria ainda maior.

Gravidade não levou a estatueta de melhor filme, mas, no total, papou sete Oscars, enquanto que o melhor filme, 12 Anos de Escravidão, ficou com somente três estatuetas. O melhor filme não levou nem direção, que ficou com Alfonso Cuaron (Gravidade), o primeiro latino-americano a receber um Oscar de direção.

Steve McQueen, por sua vez, é o primeiro diretor negro a ter seu filme emplacado na categoria principal da premiação.

A grande dúvida é se este resultado foi justo. Fato é que poucos discordam que Gravidade merecia, como de fato ocorreu, arrebatar todos os Oscars técnicos. O filme, no entanto, foi além, papando direção e trilha sonora original.

Não merecia melhor filme, por ter um roteiro simples demais. 12 Anos de Escravidão foi uma decisão acertada ao passo que tem seu espaço demarcado na história do cinema. Baseado em uma história real, mostra a luta de um homem dado como escravo por engano. A liberdade viria só 12 anos depois. O filme e o livro que o originou serão distribuídos nas escolas públicas dos EUA. Só por isso já dá pra se ter uma ideia do quanto a decisão foi acertada.

Os sete Oscars de Gravidade deixaram o excelente O Lobo de Wall Street e o antes favorito Trapaça sem nenhum prêmio. Mereciam melhor sorte.

A boa surpresa foram os três Oscars para o ótimo Clube de Compra Dallas. Outro Oscar adequado foi o de roteiro original para Ela. Não merecia mais que isso.

O mais acertado da noite, porém, foi para o melhor filme do ano passado, na minha opinião. O italiano A Grande Beleza levou a estatueta de produção estrangeira. Se fosse falado em inglês (que absurdo essa distinção da Academia), seria, sem dúvida, o melhor do ano. Superioridade em relação aos nove indicados a melhor filme, certamente, a produção tem.

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