Casan será notificada por asfaltos mal refeitos

Foto: Rua João Tomashitz apresenta oscilações no calçamento depois da implementação da rede/Edinei Wassoaski/JMais

A Casan será notificada pelos asfaltos, calçamentos e estradas de chão que a Itajuí está perfurando para instalar a rede de esgoto em Canoinhas no caso de não conseguir reconstituí-los. É o caso de estradas de chão batido que estão afundando e de oscilações em calçamentos, como é o caso da rua João Tomachitz, no Jardim Esperança. A informação é do gestor de saneamento, Frederico Valdir Ecker.

Segundo o gestor, o mau tempo tem prejudicado as obras de reconstrução das vias por onde já foram instalados os canos de esgoto. Ele conta que já fez um levantamento fotográfico das ruas com problemas e apresentou ao setor de Planejamento da prefeitura, responsável por notificar a Casan.

Ecker frisa que há interesse da Itajuí em refazer os trechos que apresentam problemas.

 

ETE

Outra polêmica envolvendo a implementação da rede de saneamento em Canoinhas foi alvo de debate na segunda-feira, 13, na Câmara de Vereadores. Vereador Wilmar Sudoski (PSD) questiona o fato de a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) ser construída a 300 metros de uma área residencial, no distrito do Campo d’Água Verde.

O administrador da Casan, em Canoinhas, Herbert Groskopf Júnior, disse que estudos técnicos realizados por uma empresa contratada e pela própria estatal definiram pelo local. Ele discordou de Sudoski sobre a distância entre o ponto em que será edificada a ETE e as moradias. “Fica a bem mais de 300 metros, isso eu posso garantir”, acrescentou.

Apesar de ainda não ter em mãos o projeto da ETE, o engenheiro sanitarista da Casan, Felipe João Cavalheiro, adiantou aos vereadores que não tem como eliminar em 100% o odor originado durante a remoção das cargas poluentes.

Segundo ele, falhas operacionais no tratamento do esgoto e até o modelo da ETE a ser edificado no município podem interferir e causar um possível ‘mau cheiro’. “Só depois de concluído o projeto é que teremos a real noção. Existem vários tipos de estação e cada uma realiza o processo de uma forma”, salientou o sanitarista, durante explanação na tribuna da Câmara.

O edital de licitação, que irá definir a empresa responsável por elaborar o projeto e executar a obra orçada em mais de R$ 8,3 milhões, foi lançado no final do mês junho. A partir da assinatura da ordem de serviço, a vencedora terá 18 meses para concluir o processo.

O sanitarista informou ainda que, mesmo depois pronta a estrutura, técnicos da empresa executora devem ficar na cidade por um período de seis meses. “Para auxiliar no sistema operacional da estação e também treinar pessoal da Casan que dará sequência ao trabalho”, comentou.

Vereador Renato Pike (PR) solicitou, ao sanitarista, informações acerca das legislações municipal e estadual que tratam da distância mínima entre uma estação de tratamento de esgoto e uma área residencial. Não descartou, inclusive, elaborar projeto de lei delimitando essa distância em até dois quilômetros caso as respostas não lhe sejam repassadas nos próximos dias.

Paulo Glinski (PSD) sugeriu que depois de concluído, o projeto de construção da ETE seja encaminhado para a análise da Câmara. O objetivo é colher informações técnicas e verificar, em municípios com modelos de estação semelhantes, questões relacionadas ao odor originado.

O fato de Santa Catarina ser o Estado brasileiro com os piores indicadores de saneamento básico foi citado pelo vereador João Grein (PT). Elogiou o investimento que está sendo feito em Canoinhas, lamentando apenas que o local abrigará a ETE, mas não será beneficiado com a rede coletora nesta primeira etapa da obra. “Chega a ser até contraditório”, ressaltou.

Já Chiquinho da Silva (PMDB) perguntou se existia projeto socioambiental para a execução da obra, até como forma de se ter o impacto dela na comunidade local. O sanitarista respondeu que a agência financiadora não havia exigido sua elaboração.

Cris Arrabar (PT) indagou sobre a possibilidade de mudança do local de construção da ETE. O sanitarista classificou essa hipótese como ‘praticamente nula’, pelo fato de a metade dos quatro mil metros dos emissários (canalização que levará o esgoto à estação) já terem sido instalados. Fora isso, disse que qualquer alteração obrigaria em começar do zero todo o processo.

 

 ESTRUTURA

Aproximadamente 8,9 mil habitantes terão esgoto tratado e serão atendidos diretamente pela ETE. A rede coletora está sendo assentada em 56 ruas do município, numa extensão de 47 mil metros. Depois de concluída a obra, a cobertura da população urbana será de 17%.

Do tipo compacta e com estrutura pré-fabricada, a ETE de Canoinhas estará apta a tratar uma vazão de 40 litros de esgoto por segundo. O recurso para a obra foi obtido pela Casan, através de linha de financiamento junto a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

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