Vereadora critica município por falta de políticas públicas direcionadas às mulheres

Cris Arrabar cobrou a reestruturação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher

Foto:  Cris Arrabar culpa omissão do município por não colocar em atividade o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres/Rodrigo Melo/Divulgação

Celebrado em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, na opinião da vereadora Cris Arrabar (PT) deveria ser uma data de reflexão e não comemorativa. Durante manifestação na tribuna, na sessão ordinária de terça-feira, 11, a vereadora lamentou a falta de debates sobre o verdadeiro papel da mulher na sociedade e de políticas públicas de incentivo. “Não escondo a minha decepção com a prefeitura de Canoinhas”, afirmou.
Para ela, o município está sendo omisso em não colocar em atividade o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres. “Quando fui funcionária da Associação dos Pacientes Oncológicos de Canoinhas e Região (Apoca) eu fazia parte. Mas nunca me convidaram para uma reunião sequer”, disse.
Já como vereadora, encaminhou requerimento à prefeitura solicitando informações sobre a atuação e as ações que vinham sendo desenvolvidas pelo conselho. O documento, com data de 1º de julho de 2013, só foi respondido no final do ano. “Apenas falaram que estava em reestruturação e nada mais”, ressaltou.
O conselho nacional foi criado em 1985 para promover políticas que visassem eliminar a discriminação contra a mulher e assegurar sua participação nas atividades políticas, econômicas e culturais do país. Desde 2003 ele passou a contar de forma paritária com representantes da sociedade civil e das esferas de governo. “Este conselho, assim como os outros, não deve estar aqui só para bonito, ou para fazer mais número nas secretarias. É importante lembrar que nos conselhos são debatidas as políticas públicas”, alfinetou.
Para demonstrar sua indignação, Cris utilizou parte de um texto postado pela advogada e jornalista Bianca Neppel, em uma rede social e que dizia: “Até quando as mulheres do município serão homenageadas com uma caminhada relativa ao Dia Internacional da Mulher?”. Após indagar a importância que a municipalidade dá às mulheres, a vereadora afirmou. “Desculpa, mas o meu lugar no mundo é bem mais interessante do que isso”, disparou.
Cris explicou ainda que não é contra a Caminhada da Mulher que, este ano, estará em sua oitava edição. “Já participei algumas vezes e acho válida a iniciativa. Porém, ela acontece, daí sai a notícia que ela aconteceu e fica parecendo que nós mulheres só estamos aqui para caminhar”, argumentou.
Sobre a representatividade em nível de país, a vereadora lembrou que as mulheres são 51% dos brasileiros e 52% dos eleitores. Tendo como base pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) no ano de 2013, ela ainda informou que as mulheres recebem menos desempenhando as mesmas funções que os homens. “São 69% do valor pago aos homens nos cargos de gerência e 37% na construção civil”, reclamou.
Para finalizar, Cris cobrou uma participação mais efetivas das mulheres na política. Segundo ela, o desinteresse é histórico e até hoje os partidos encontram dificuldade para preencher os 30% das vagas destinadas às mulheres nas disputas eleitorais. “Espero, que no próximo ano, eu possa vir a tribuna e dizer: hoje estamos comemorando o Dia Internacional da Mulher com um conselho municipal atuante e que traz as discussões para dentro dos espaços e que busca as políticas públicas”, concluiu.

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