A nota publicada na coluna de Edinei Wassoaski, do JMais, dando conta da saída de Bene Carvalho (PMDB) da Secretaria de Obras esquentou os ânimos entre aliados do governo Beto Faria (PMDB) ao longo da semana. Bene afirmou logo depois da publicação que não concordava com a informação. “Agora que a casa está arrumada, estão querendo a Secretaria? Ainda acredito e confio na palavra de Beto Faria. Ele não faria essa traição comigo”, questionou e ele mesmo respondeu, frisando, ainda, que é engenheiro civil e que isso acrescenta ao cargo. Além do que, já é funcionário público, o que representa economia ao Município, já que não acumula salários.
Articulador político do governo, o vice-prefeito Wilson Pereira (PMDB) disse durante a semana que o governo respeita e confia no trabalho de Bene, mas que o cargo de secretário de Obras pertence, por acordo feito logo depois das eleições, ao PSD. “Foi o PSD que deixou o Bene ir para a Secretaria enquanto que se abria uma vaga para o Osmar (Oleskovicz, do PSD) na Câmara. O que prevalece é esse acordo”, afirma. Ainda de acordo com Pereira, caso o PSD reivindique a vaga para indicar o presidente da Câmara, Gil Baiano (PSDB) ou alguém do próprio PSD, Bene pode ir para a Secretaria de Habitação, já que o atual titular da pasta, Célio Galeski (PSD), já anunciou que volta para a Câmara em novembro. O objetivo de Galeski é disputar a presidência do Legislativo em ano eleitoral. Bene, por sua vez, já disse que para a Habitação não vai.
DE OLHO EM 2016
Pereira diz que o PSD e o PR são governo e Faria não pretende dar nenhum motivo para perdê-los. “Apesar de o Beto Passos estar no PSD, ainda somos parceiros”, frisa. A ideia do Governo é convencer as duas siglas a se manterem articuladas com o PMDB em 2016, a despeito das já declaradas pré-candidaturas de Passos (PSD) e Renato Pike (PR). “Não vamos dar motivo para PSD e PR romperem”, diz taxativo.
Gil Baiano (PSDB) reconhece que pediu a Secretaria de Obras para Faria, que também o vê como um parceiro para 2016. Faria disse que pensaria sobre o assunto. “Quero a Secretaria não por uma questão de ego, mas porque quero realmente ajudar as pessoas”, afirma o presidente da Câmara. Se ele deixar o Legislativo, Pike assume a presidência da Casa até o final do ano.