Sob pressão, vereadores de São Mateus do Sul reduzem os próprios salários

Do Portal CulturaSulFM

Muito bate boca e confusão marcaram nesta segunda-feira, 31, a sessão ordinária da Câmara Municipal de São Mateus do Sul. O auditório ficou sem condições de acomodar o público que compareceu ao protesto convocado através das redes sociais, por isso a maioria dos manifestantes se concentrou em frente à Câmara.

A sessão começou com uma explanação feita por Mário Deina sobre Estudo Histórico e Geográfico e foi nesse momento que o tumulto começou. Os manifestantes gritavam para os vereadores para que “parassem de enrolar” e votassem logo de vez o requerimento com a proposta de redução dos salários. O presidente da Casa de Leis tentou apaziguar os ânimos e dar sequência à sessão, mas o tumulto aumentou ainda mais, e então o vereador Eneias decidiu suspender a sessão por cinco minutos. Depois de muita conversa dos vereadores com os organizadores do protesto, ficou acordado que  Deina terminaria sua explanação e na sequência seria invertida a pauta e votado o requerimento. Após meia hora de interrupção, Esaú Paul, um dos líderes do movimento, explicou a decisão para os manifestantes que não aceitaram e o xingaram, chamando-o de “vendido”. A sessão só foi retomada após explicações da presidente do Conseg (Conselho de Segurança), que conseguiu acalmar os manifestantes mais exaltados. Deina mal conseguiu terminar a explanação e já se ouvia os gritos de “Fora Deina”.

O Requirimento n° 102/2015, de autoria do vereador Geraldo Altevir de Paula e Silva (Geraldinho) e assinado por outros vereadores, que propõe salário de R$ 3 mil para secretários, vice-prefeito e ouvidor, R$ 10 mil para o prefeito e R$ 800 para os vereadores, foi então colocado para discussão e votação. O projeto foi aprovado com votos favoráveis dos vereadores Geraldinho, Lima, Ferreto, Mário Stuski e Paulo Ferreira. Conforme regimento interno da Câmara, o presidente só vota se houver empate. Os vereadores Rui, Bira e Pichetinho votaram contra a proposta de redução. O vereador Bira tentou justificar sua posição afirmando entender que o salário atual já estava em vigor quando assumiu o cargo. Ele foi xingado por alguns manifestantes. O vereador Rui tentou enfatizar a importância do debate à respeito do assunto, mas não conseguiu concluir e foi hostilizado pela plateia presente com gritos de “fora PT”. Já o vereador Pichetinho preferiu fazer uso da tribuna e enfatizou seu trabalho e seus resultados para justificar a sua posição.

Mesmo após a aprovação do requerimento, os manifestantes não ficaram satisfeitos. Exigiam a redução imediata dos salários. Mais uma vez um dos líderes do protesto foi chamado pelos vereadores para explicar os procedimentos legais. Emmanuel ( o Mano) explicou para o público presente os objetivos e os próximos passos do movimento. Só então, os manifestantes decidiram se retirar e os vereadores puderam prosseguir com a sessão.

Já do lado de fora, os manifestantes comemoraram o resultado da mobilização e encerraram o protesto cantando o Hino Nacional.

Os organizadores do  movimento estimaram que mais de mil pessoas participaram do protesto.

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