Perícia aponta que suposto suicida pode ter sido assassinado em Bela Vista do Toldo

Foto: Casa onde o corpo de Reichardt foi encontrado está abandonada/Karla Brey/O Povo

 Uma reviravolta marcou nesta semana uma investigação iniciada em agosto de 2013. No dia 15 daquele mês, Alcindo de Jesus Reichardt, de 70 anos, foi encontrado morto com um tiro na orelha direita deitado em sua cama na casa que dividia com a segunda esposa na localidade da Gralha, interior de Bela Vista do Toldo.

A princípio a Polícia apontou que Reichardt teria se matado. Inconformados, os filhos do primeiro casamento da vítima, que uma semana antes tinham passado o dia dos pais ao lado de Reichardt, instiram em novas investigações. O Instituto Geral de Perícias (IGP) começou a trabalhar com novas hipóteses e, nesta semana, remeteu ao Ministério Público a conclusão das investigações. Para o perito Marco Antonio Bubniak, não resta dúvidas de que Reichardt não se matou. “O caso tem vários parâmetros, foi bastante complicado. Discuti com médicos, participei de simpósios sobre o assunto e conversei com especialistas em respingos de sangue”, explica.

Bubniak diz que a posição da arma e dos braços da vítima, além da falta de vestígios de sangue nas mãos, são elementos contundentes que atestam sua tese. “Não existem manchas de retorno de sangue nas mãos da vítima”, arremata.

 

SUSPEITA

Quando Reichardt morreu, estava somente com sua esposa em casa. Uma de suas filhas, que vivia com o casal, estava internada no Hospital Santa Cruz, em Canoinhas, para dar à luz. Essa filha telefonou para um dos irmãos, que mora em Joinville, pedindo que ele mandasse alguém para ver o pai. Outro irmão, que mora em Bela Vista do Toldo, foi acionado para ir até a casa. Chegando lá, o filho de Reichardt buzinou várias vezes em frente à casa até que foi atendida pela esposa do pai que disse que ele estava dormindo. Ela teria ido acordá-lo quando se deparou com ele morto. A mulher diz não ter ouvido o tiro que matou Reichardt. Peritos dispararam cinco tiros dentro da casa e o estampido foi ouvido a uma distância bem maior que o entorno da casa.

Bubniak diz que, agora, depende do Ministério Público analisar o laudo e denunciar, ou não, à Justiça. O perito frisa que não aponta suspeitos, apenas que, definitivamente, Reichardt não se matou. “Tudo que levantei e apontei tem uma explicação”, frisa.

 

FAMÍLIA

Reclamando da demora em se emitir o laudo pericial, os filhos de Reichardt clamam por justiça. “Quem fez isso tem de pagar, não descansaremos enquanto não vermos o assassino do nosso pai atrás das grades”, afirma Alcindo de Jesus Reichardt Junior.

Rolar para cima