Cris Arrabar diz que faltou planejamento por parte da prefeitura e que atitude acarretou no não cumprimento da lei que garante hora/ atividade aos profissionais titulares
“Para quem é mãe de família e sustenta um lar, é complicado ficar um mês sem salário”. Foi com esta frase que a vereadora Cris Arrabar (PT) manifestou, na tribuna da Câmara, sua indignação com a secretaria de Educação que dispensou temporariamente, na semana retrasada, 41 professores um dia depois terem começado a lecionar em escolas da rede municipal. “É uma questão de planejamento, pois todo mundo sabe que todo ano vai ter os projetos”, reclamou.
Os professores admitidos em caráter temporário (ACTs) haviam sido aprovados por meio de teste seletivo – realizado no mês de dezembro – para atuar em projetos como o Cante e Dance e AABB Comunidade.
Suas atividades iniciaram em 10 de março e, no dia seguinte, foram informados da dispensa. E-mail encaminhado pela secretaria de Educação comunicou a determinação aos diretores de escolas sob a alegação de que as profissionais seriam novamente chamadas no início de abril. “A primeira desculpa que veio é que não tinha dinheiro para pagar esses professores, que havia ultrapassado o limite prudencial com folha de pagamento”, falou.
Cris lembrou que muitos dos ACTs haviam deixado outros empregos para assumirem as vagas. “E agora como fica? Quem paga os salários?”, indagou. Para a vereadora, a dispensa traz a tona outro problema que é o não cumprimento da lei que garante aos professores titulares os 20% da carga horária como hora/ atividade. “Eram eles (ACTs) que deveriam preencher essas horas com os projetos”, frisou.
Na sexta-feira, 22, Cris visitou sete Centros de Educação Infantil (CEI’s) e manteve contato telefônico com a direção de outros sete. Segundo ela, a falta dos professores ACT’s fez com que as horas/ atividades venham sendo preenchidas pelos próprios efetivos, por professores contratados e pagos por Associação de Pais e Professores, monitores ou até mesmo por uma diretora, como vem ocorrendo em um dos CEI’s visitados. “Cada CEI foi orientado a resolver administrativamente as suas situações”, afirmou.
Ela disse ainda que os professores foram intimidados a não tornar pública a situação e nem procurar os vereadores. “Era para esse plenário estar cheio hoje, mas me foi passado de que muitos estão com medo de retaliação”, repudiou.
Apesar do compromisso firmado pelo secretário de Educação, Hamilton Wendt, de que todos os professores serão chamados no próximo mês, a vereadora cobrou mais seriedade por parte do poder público municipal. “Se fosse para fazer esta palhaçada, então quem nem fossem chamados. Não admito que isso aconteça, pois estamos lidando com pessoas e não com animais”, concluiu.