Maid mostra o quão difícil pode ser escapar do destino

Minissérie da Netflix é inspirada em uma história real

DESTINO E ESCOLHAS

Stephanie Land tinha um sonho igual ao de milhões de pessoas que não nasceram com uma poupança gorda pra pagar sua faculdade. Filha de um pai violento e de uma mãe bipolar com séria tendência a baixíssima autoestima, ela repetiu o ciclo da mãe e se apaixonou pelo homem errado. Em Maid (empregada em inglês), Alex (seu alter ego) vai morar em um trailer com o bonitinho, mas violento Sean. Ao primeiro copo de vidro jogado ao lado do seu ouvido, ela apanha a filha Maddy de 3 anos e cai na estrada com poucos dólares na carteira. O sonho de Alex é trabalhar e estudar. Antes disso precisa encontrar um lugar pra morar, arrumar o dito emprego e alguém que cuide de Maddy. Algo nada fácil pra quem está fugindo do marido, não se dá com o pai e a mãe, além de doida, está sendo explorada por um gigolô que tenta afastá-la.

https://youtu.be/M4nrGje_pyc

Alex recorre a assistência social e descobre um emaranhado de burocracia. Encontra em uma ONG um refúgio temporário, mas aí vem o pedido de Sean pela guarda da filha e as dificuldades de se trabalhar como empregada doméstica tendo de providenciar os próprios materiais de limpeza e pagar pelas despesas de transporte.

Tudo dá errado para Alex. A cada capítulo o nosso coração aperta mais. Ela sonha em ser escritora e essa parece ser sua única tábua de salvação para encarar o dia a dia. A realidade, contudo, a puxa para trás como se fosse seu inexorável destino repetir o ciclo autodestrutivo da mãe.

Maid é terna, emocionante e organicamente avassaladora. Ganha, e muito, nas interpretações de Margaret Qualley, como Alex, e de sua mãe na vida real, Andie MacDowel, interpretando Paula, a mãe problemática da ficção. Andie, que há anos não aparecia depois de ter se tornado uma das mais assediadas atrizes dos anos 1990 é, como sua própria personagem diz, solar.

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