O Globo
Manchete : Temer manda rever últimos atos de Dilma
Em reunião com parlamentares ligados ao agronegócio, presidente interino se comprometeu a rever medidas; MST diz que conflitos rurais devem aumentar. Também será reavaliado o marco civil da internet
A Casa Civil do governo Michel Temer já começou a reavaliar todas as ações da presidente afastada, Dilma Rousseff, de 1° de abril a 12 de maio, quando ela deixou o Planalto. O foco principal são desapropriações de terra, reconhecimento de comunidades quilombolas e criação de áreas indígenas, revelam Simone Iglesias, Danilo Fariello e Martha Beck. Só no dia 1° de abril, Dilma assinou 21 atos para desapropriar 56 mil hectares de terra.
No primeiro governo Dilma, foram assentadas 107 mil famílias, o pior resultado em 20 anos. Antes de assumir a Presidência, Temer se reuniu com parlamentares do agronegócio e se comprometeu a rever essas medidas. O MST, que ocupa uma fazenda que está em nome de um amigo de Temer no interior paulista, diz que os conflitos no campo devem aumentar. Além de questões fundiárias, está na mira de revisão do governo o Marco Civil da Internet. (Pág.3)
Rombo nas contas públicas deve chegar a R$ 125 bi
A equipe econômica do novo governo refaz cálculos devido ao impasse na dívida dos estados e à queda na arrecadação, contam Geralda Doca e Cristiane Jungblut. (Pág.17)
Planalto chama centrais para debater Previdência
O presidente interino, Michel Temer, recebe hoje representantes de centrais sindicais para debater reforma da Previdência. Propostas de mudanças não foram bem recebidas por sindicalistas. (Pág.7)
Governo volta atrás, e Cultura fica com Educação
Um dia depois de decidir que a Cultura teria uma secretaria própria, o governo recuou e decidiu que setor ficará no guarda-chuva da Educação. Motivo alegado foi evitar mais custos. (Pág.5)
Obra será inaugurada incompleta
O BRT Transolímpico, que ligará Deodoro ao Recreio e à Barra, será inaugurado até o fim de junho, mas funcionará parcialmente durante os Jogos do Rio. Das 21 estações ou terminais previstos, apenas três estarão abertos nas Olimpíadas, informa Luiz Ernesto Magalhães. A nova via expressa da cidade terá cobrança de pedágio: R$ 5,90. (Pág.8)
O Estado de S. Paulo
Manchete: Contra ajustes, sindicalistas e Fiesp pressionam Temer
Novo governo se reúne com aliados na batalha do impeachment para explicar planos sobre Previdência e CPMF
Apenas quatro dias após a posse, o presidente em exercício, Michel Temer, e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já sofrem pressão de centrais sindicais e setores empresariais contra, principalmente, planos para a reforma da Previdência e volta da CPMF, informam Victor Martins e Pedro Venceslau. As medidas fazem parte de um pacote que a equipe econômica planeja detalhar nos próximos dias. Apressão parte de personagens importantes que estiveram ao lado de Temer na batalha do impeachment, como o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), da Força Sindical, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Em reunião no Palácio do Planalto, hoje, líderes de pelo menos quatro das maiores centrais sindicais do País pressionarão membros do novo governo sobre a questão da aposentadoria. Do lado dos empresários, Skaf reuniu-se com Temer ontem. (Política/Pág. A4)
Presidente diz não ter medo de se tornar impopular
O presidente em exercício Michel Temer afirmou ao programa Fantástico, da TV Globo, que não disputará a reeleição caso assuma definitivamente o Planalto ao fim do processo de impeachment de Dilma Rousseff. “Eu estou negando a possibilidade de uma eventual reeleição, até porque isso me dá maior tranquilidade”, disse. “Posso ser até, digamos assim, impopular, mas desde que isso produza benefícios para o País. Isso para mim seria suficiente.” (Política/Pág. A5)
A volta dos panelaços
Ao menos quatro capitais registraram apitaços e panelaços durante a entrevista de Michel Temer na TV. Também foram ouvidos gritos de “golpista”.
Ministério foi definido minutos antes da posse
Após passar a madrugada de quarta para quinta-feira negociando com lideranças, o presidente em exercício Michel Temer concluiu seu ministério 15 minutos antes de ir para a cerimônia de posse, no Planalto. Sua equipe não sabia se daria tempo de elaborar o documento que seria assinado pelos 23 escolhidos.Temer, que preza pela pontualidade, teve de se atrasar. (Pág. A6)
Protesto na Paulista
Liderado por mulheres, um grupo se reuniu na Avenida Paulista para protestar contra o impeachment e o novo governo, que não tem nenhuma mulher entre os 23 atuais ministros. (Política/Pág. A6)
Folha de S. Paulo
Manchete : Procuradoria não é poder absoluto, diz novo ministro
Titular da Justiça, Alexandre de Moraes afirma que governo poderá alterar processo de escolha do procurador-geral da República
O novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirma que o governo de Michel Temer não indicará obrigatoriamente, para a chefia da Procuradoria-Geral da República, o mais votado em uma lista tríplice por integrantes da carreira.
A Constituição não prevê eleição interna na PGR, mas a prática foi adotada nos governos do PT, que indicaram para procurador-geral sempre o primeiro da lista. A conduta era elogiada por membros do Ministério Público por em tese garantir maior autonomia ao órgão. Em entrevista a Mônica Bergamo, Moraes diz que o poder da Procuradoria é grande mas não pode ser “absoluto”.
O novo ministro afirma ainda que vai “reanalisar” todas as portarias do governo federal baixadas neste ano em todas as áreas. “É um procedimento que adoto sempre que assumo um cargo.”
A bancada ruralista, por exemplo, já pressiona Temer para rever demarcações de terras indígenas.
“Agora, sempre, em especial quando isso afeta direito de terceiros, qualquer alteração tem que ser feita com diálogo com as partes envolvidas”, diz Moraes. Sobre protestos contra o novo governo interino, afirma que todos têm o direito de se manifestar dentro dos limites da lei. (Poder A14)
Deficit nas contas públicas pode superar R$ 120 bilhões
O governo do interino Michel Temer estima em mais de R$ 120 bilhões o rombo nas contas públicas deixado por Dilma Rousseff.
O deficit primário (saldo que não considera despesas com juros) é superior aos R$ 96,7 bilhões admitidos pela equipe da presidente afastada e vai balizar a discussão da revisão da meta fiscal. Ela deve ocorrer até o dia 22 para evitar bloqueios.
Outros dois temas econômicos preocupam: as reformas e a definição da equipe liderada pelo ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Nesta segunda, o governo reunirá as maiores centrais sindicais do país para discutir as reformas trabalhista e da Previdência. (Poder A4)