Diretor de regulação da Aris, responsável por fiscalizar cumprimento de contrato, duvida que empresa cumpra prazo
Foto: Sede da Casan em Canoinhas/ArquivoO plano de melhorar a gestão da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) para tornar a estatal atraente aos olhos do mercado começa a dar sinais positivos. Em 2013, enquanto a receita líquida da empresa teve avanço de 8,1%, o lucro líquido cresceu 94,2%, alcançando R$ 42 milhões.
No ano passado, o volume de investimentos também cresceu. De acordo com o relatório apresentado na semana passada, a Casan investiu R$ 115 milhões em água e esgoto — o valor foi 9,54% superior a 2012.
Para 2014 já há R$ 200 milhões em investimentos previstos, segundo a estatal. O plano da companhia até 2018 é ampliar de 18% para 45% a cobertura de esgoto no Estado.
Canoinhas estaria nas prioridades da Casan, por força do contrato assinado em 2012 que prevê um plano de investimentos que ambiciona 100% de cobertura de rede de esgoto em 30 anos.
O plano prevê que no segundo ano do contrato (junho de 2013 a junho de 2014), este investimento seria de R$ 892 mil e no terceiro ano (junho de 2014 a junho de 2015), teria o pico de R$ 7 milhões. Na prática, o processo tem sido bem lento.
A Casan diz que pretende lançar o edital de licitação para a primeira etapa das obras de saneamento básico em Canoinhas até a metade deste ano. A informação partiu do diretor de expansão da Casan, Adelor Vieira, durante reunião com o prefeito Beto Faria (PMDB) em março.
MULTAS
A notícia não agrada a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris), responsável por fiscalizar o cumprimento do contrato.
Segundo o diretor de regulação da Aris, Ricardo Martins, a empresa deve ser notificada por não ter investido o acordado no ano 2 (junho de 2013 a junho de 2014), isso porque, como o processo licitatório só deve ser aberto no final de junho, não há investimento nenhum. “Enquanto não tiver empresa contratada pra mim não é nada. Começa a contar a partir do momento em que começam os serviços”, esclarece Martins.
O diretor questiona os motivos da empresa para protelar o lançamento do edital já que, supostamente, a estatal tem o dinheiro em caixa. “Por que a licitação acontecerá somente em junho? Só se a situação depender somente da vontade da Casan, (a estatal) será notificada”, garante.
Com relação ao abastecimento de água, a Casan colecionou mais duas multas neste ano. Recorreu de ambas.