Farmacêuticas dizem que paciente para a qual Cris Arrabar foi solicitar medicamentos ainda tinha tratamento
A Secretaria de Saúde de Canoinhas enviou nota ao JMais assinada pelas farmacêuticas Damaris Pires e Karine Kohl, responsáveis pela Farmácia do SUS, contestando a versão da vereadora Cris Arrabar (PR) de que houve negativa no fornecimento de medicamentos para ela e outros pacientes.
Segundo a vereadora, usuários que foram até a Farmácia do SUS entre os dias 22 e 24 de junho voltaram para casa frustrados por não conseguirem retirar medicamentos controlados. A interrupção temporária no fornecimento se deu em virtude da mudança do setor para a nova Policlínica Municipal, recém inaugurada.
Ao ocupar a tribuna da Câmara na noite de segunda-feira, 27, Cris não poupou críticas à decisão, classificando-a como desumana. “Brincaram com a vida das pessoas”, disparou, ao lembrar que os usuários necessitam dos medicamentos por serem de uso contínuo e para suas próprias sobrevivências.
Ao tentar fazer a retirada de medicamento para uma parente na quarta-feira, 22, Cris diz que recebeu a informação de que a entrega estava cancelada.
Inicialmente a alegação foi de que com a mudança do setor, estava inoperante o sistema on line para o cadastro de retirada e dos dados do usuário da medicação. “Até sugeri que fosse feito manual e que depois alimentassem as informações no sistema”, garantiu.
Foi ainda informado que alguns medicamentos não estariam sendo entregues em razão da transferência do estoque para a nova sede. “Custava terem deixado uma ou duas caixas de cada medicação para continuar atendendo os usuários?”, questionou.
NOTA
Na nota, as farmacêuticas rebatem as afirmações da vereadora. Dizem que nas datas mencionadas ninguém ficou sem atendimento. O caso do não fornecimento de medicamento para um paciente específico, o que foi testemunhado por Cris, se deu pelo fato de o paciente apresentar receita médica vencida, o que, segundo as farmacêuticas, veda o fornecimento do medicamento. “A portaria federal 344-98 preconiza que as receitas controladas têm validade de 30 dias após a prescrição médica. Não se pode dispensar medicamentos sem nova avaliação clínica médica, pois isso pode causar danos à saúde, isso sim seria brincar com a vida das pessoas, pois estimula a automedicação sem acompanhamento clínico e farmacêutico”, afirmam as farmacêuticas.
Sobre o caso da sogra da vereadora, para quem Cris solicitava medicamento, como o sistema de controle estava fora do ar devido à mudança, a atendente não conseguiu fazer a consulta, mas a própria vereadora teria admitido que a sogra ainda tinha medicamentos.
Mesmo assim, a atendente conseguiu consultar a ficha da paciente e atestou que ela tinha tratamento até 10 de julho. “Informamos que liberamos medicamento até cinco dias antes do término do tratamento, conforme preconiza a portaria 344/98”, afirma a nota. “No dia 5 de maio liberamos medicamento para a paciente até 10 de julho e a vereadora esteve na farmácia em 22 de junho para retirar o mesmo tratamento”, frisa a nota.
De qualquer forma, afirmam as farmacêuticas, no dia seguinte, 23 de junho, o tratamento foi fornecido à vereadora.