Leia nova coluna de Ederson Mota
“Só existe colheita quando há semeadura;
só germina a semente em solo fértil; sem esperança não há porvir.” (Elmo)
Os dados do Ministério da Educação são alarmantes, com relação aos jovens brasileiros em período de ensino médio, regular ou profissionalizante. Apenas 26% de todos os egressos do fundamental, até a 9ª. série, prosseguem sua saga de aprendizagem, e um número ainda mais reduzido atinge o ensino superior, reduzindo, sobremaneira, a capacidade de desenvolvimento do país, fragilizando a pesquisa e a capacitação com o drástico encolhimento dos meios e objetivos do conhecimento.
Recentes pesquisas educacionais demonstram que a base curricular do ensino médio estabeleceu aos jovens brasileiros uma “camisa de força”, obrigando esse segmento a estudar conteúdos exclusivos para atingir pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio, trampolim para as universidades nacionais, padronizando o conhecimento e gessando toda e qualquer iniciativa de criatividade, experimentação ou tendências cognitivas. A liberdade de opção curricular por ciências humanas, sociais, biológicas, matemáticas, cênicas, tecnológicas não é permitida sem o cumprimento dos conteúdos obrigatórios, os denominados pré-requisitos, desconsiderando as diferenças e preferências individuais.
Houve tentativas de algumas universidades nacionais de oferecer vestibulares vocacionados para estudantes com preferências pré-definidas, mas não se conhecem os resultados ou estudos a respeito.
O interessante é que o Brasil talvez seja o único país do mundo em que ainda se adotam currículos estanques e inflexíveis para os seus jovens de ensino médio, afastando-os sistematicamente das escolas e, o que é pior, desperdiçando valores e talentos humanos com gastos exorbitantes sem critérios, em projetos educacionais inócuos e desatualizados.
É importante ressaltar que o atual Ministério da Educação já possui uma avaliação criteriosa da situação atual e pretende colocar em prática, dentro do menor prazo possível, inclusive no ENEM, uma nova proposta de avaliação, bem como, estabelecer no país um currículo mais flexível para a educação fundamental, básica e média, respeitando as preferências e tendências individuais, libertando, especialmente os jovens do ensino médio, das amarras de uma educação exclusivista e sectária.
Todos desejam que voltem as luzes da esperança, sem as correntes ideológicas vigentes, para que nossos jovens e crianças possam conhecer os pensamentos tanto de Marx como os de Adam Smith, bem como os clássicos gregos, os pensadores modernos e os contemporâneos, afinal todo processo educacional é, em suma, libertador. O que se vê, atualmente, efeitos da exclusão, são os jovens NEM…NEM, nem estudam, nem trabalham, sem destino, sem objetivos claros, sem esperança.