31 de agosto de 2016
O Globo
Manchete : Nunca antes
Em dia histórico, país deverá ter hoje impeachment e duas posses
O Brasil viverá hoje um dia histórico, com a provável aprovação do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, que porá fim a 13 anos do PT no comando do país, e a efetivação e posse do presidente interino, Michel Temer (PMDB). Nesse caso, Temer embarcará no fim do dia para a China, onde participará da cúpula do G-20, transmitindo o cargo interinamente para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). No mesmo dia, portanto, o país poderá ter três presidentes. Ontem, Dilma ficou mais perto da queda com a indicação de que senadores indecisos devem votar pró-impeachment, como o ex-presidente Collor, que viveu a mesma situação há quase 24 anos. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, marcou o início da sessão de votação para as 11h. São necessários 54 votos para o afastamento. Caso o impeachment seja aprovado, Dilma terá de deixar o Palácio da Alvorada, mas manterá benefícios como carro com motorista e segurança. (Págs. 3 a 12)
Vice de Janot sai após ato contra Temer
Após a divulgação de vídeo em que aparece num ato em Portugal contra o presidente interino, Michel Temer, a vice- procuradora-geral da República, Ela Wiecko, pediu exoneração do cargo. O procurador- geral, Rodrigo Janot, aceitou. (Pág. 9)
Temer: ‘Brasil está pacificado juridicamente’
Em conversa com MÍRIAM LEITÃO, o presidente interino, Michel Temer, diz que pretende encaminhar a reforma da Previdência antes das eleições e afirma que o lema de seu governo será dialogar sempre, sem ceder no principal (Pág. 24)
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O Estado de S. Paulo
Manchete : Placar indica saída de Dilma
Votação final sobre cassação do mandato da petista é adiada para hoje
Aliados de Michel Temer asseguram votos de senadores do Maranhão
Caso impeachment se confirme, presidente em exercício tomará posse à tarde
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, deixou para hoje a votação final do impeachment de Dilma Rousseff, após dia de discursos de senadores e advogados de defesa e acusação. Até o início da madrugada, o Placar do Impeachment do Estado indicava 55 votos a favor da cassação e 20 contra. São necessários 54 para que a petista perca o cargo. Ofensiva do governo Michel Temer assegurou o apoio de três senadores do Maranhão: Edison Lobão (PMDB), Roberto Rocha (PSB) e João Alberto Souza (PMDB). Cargos entraram no acerto. Apesar do discurso de neutralidade, o governo também tentou sem sucesso acelerar o julgamento para que, caso o impeachment seja aprovado, Temer tome posse no Congresso ainda hoje, faça reunião com ministros e líderes da base e possa viajar para a China. Para tentar evitar a perda de direitos políticos de Dilma, sua defesa deve pedir fatiamento da votação. (Política A4 a A9)
Na véspera, tensão e lágrimas
Advogados de defesa e acusação de Dilma Rousseff se emocionam em seus discursos finais
“Finalizo pedindo desculpas à senhora presidente. Não por ter feito o que fiz, mas por ter lhe causado sofrimento”
JANAINA PASCHOAL – AUTORA DO PEDIDO DE IMPEACHMENT
“Peço a Deus que, se Dilma for condenada, um novo ministro da Justiça tenha dignidade de se desculpar a ela”
JOSÉ EDUARDO CARDOZO – EX-MINISTRO E ADVOGADO DE DEFESA
Collor: ‘Dilma era tragédia anunciada’ (Pág. 7)
Temer prepara primeira reunião ministerial (Pág. 8)
Após participar de ato, vice de Janot deixa cargo (Pág. 10)
Líder do governo promete casas a eleitores em SE (Pág. 12)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Senado tem maioria para cassar Dilma; Temer já prepara a posse
Presidente interino planeja pronunciamento em rede nacional antes de viajar à China para reunião do G20
Ao fim dos sete dias de julgamento, o Senado define nesta quarta-feira (31) o futuro da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo enquete feita pela Folha, 54 dos 81 senadores declararam seus votos a favor do impeachment da petista. O número é o mínimo necessário para a cassação de Dilma, reeleita em 2014. Ela responde a acusações de fraude fiscal desde dezembro de 2015, quando o processo foi aberto na Câmara. A petista nega ter cometido crime de responsabilidade. O Palácio do Planalto, comandado pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), calcula que obterá 60 votos. Caso Dilma seja cassada, o peemedebista convocará ministros e aliados para tentar dar peso político à sua posse no Congresso. A solenidade de meia hora seguirá rito de 1992, quando Itamar Franco substituiu Fernando Collor de Mello após impeachment. No evento, ele pretende entregar a previsão orçamentária de 2017, sem expectativa de aumento de impostos. Em seguida, Temer deve fazer uma reunião ministerial e um pronunciamento em rede nacional sobre os rumos de sua gestão. Ele quer viajar ainda nesta quarta para uma reunião do G20 (grupo das maiores economias do mundo) na China. (Poder A4)
Foto-legenda: Dois lados
José Eduardo Cardozo, que defende Dilma, é cumprimentado após sua argumentação final; Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr., da acusação, recebem flores (Poder A7)
Prefeitos temem efeito do processo de impeachment
O processo de impeachment de Dilma Rousseff tem provocado insegurança jurídica nos prefeitos, diz Gilberto Perre, secretário da Frente Nacional de Prefeitos. Para ele, “o precedente do impeachment de um governante por não atendimento à lei fiscal” gera o entendimento de que os demais estão ameaçados. Perre defende revisão na Lei de Responsabilidade Fiscal. (Poder A9)
Deficit aumenta e juro menor pode ficar para 2017
O aumento no deficit da Previdência e o acerto de pedaladas levaram as contas do governo federal a fechar julho com deficit de R$ 18,6 bilhões, alta de 140% ante o mesmo mês de 2015. O governo de Michel Temer (PMDB) avalia que a resistência da inflação e a demora no ajuste fiscal podem fazer o Banco Central adiar o corte da taxa de juros para 2017. (Mercado pág. 1 e pág. 4)