Funcionários da Petrobrás entram em greve em São Mateus

Motivo é a decisão da empresa de reduzir a tabela do turno ininterrupto de revezamento

 

do Portal Cultura Sul FM

Conforme declarações do presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot, em entrevista ao vivo no programa “Cultura Sul Notícias” nesta quinta-feira, dia 1º, os trabalhadores da Petrosix, unidade da Petrobras em São Mateus do Sul, paralisaram as atividades a partir da zero hora desta sexta-feira, 2. O motivo é a decisão da empresa de reduzir a tabela do turno ininterrupto de revezamento de oito para seis horas. Como as negociações não avançaram, o Sindicato vai iniciar o movimento grevista em cumprimento das deliberações da assembleia do último dia 25.

Ele explicou que, segundo comunicado enviado pela SIX, a nova tabela com a carga horária menor seria implantada a partir de 1º de setembro. A empresa alega que a medida se deve à decisão judicial que determina o interstício (intervalo) mínimo de 11 horas entre as jornadas.

A ação do interstício foi movida pelo Sindicato no ano de 2006 em todas as unidades do Sistema Petrobrás no Paraná e Santa Catarina. Todas as bases tiveram decisões favoráveis aos trabalhadores e a Petrobras cumpriu em quase todas elas, à exceção da SIX.

Caso a jornada de seis horas seja implantada, os prejuízos imediatos aos trabalhadores seriam a redução do adicional de HRA (Horário de Repouso à Alimentação) e a diminuição de folgas, causando prejuízo ao convívio social e familiar dos trabalhadores. Os impactos financeiros podem chegar a 20% do total dos rendimentos dos petroleiros do regime de turno. Por todas essas razões, a greve é justa e necessária.

No último ofício enviado ao Sindicato, a gestão da Usina teve um posicionamento contraditório ao afirmar que “(a decisão judicial) inviabiliza tecnicamente a construção de uma tabela de turnos de revezamento em jornada de oito horas”. Porém, em outro trecho diz que aguarda do Sindicato uma “alternativa à tabela de turno de seis horas”. Durante as negociações com a Petrobras, os representantes jurídicos da empresa colocaram empecilhos em todas as propostas apresentadas, inviabilizando a possibilidade de qualquer acordo.

Para o presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot, a empresa usa a pressão sobre a categoria como estratégia jurídica. “Querem que os trabalhadores abram mão do passivo trabalhista gerado pelo não-cumprimento do interstício. Isso foi uma condicionante colocada pela Petrobrás para a manutenção da tabela de oito horas que jamais aceitaremos, pois fomos nós que vencemos a ação. Trata-se de uma represália mediante uma derrota jurídica”.

A posição da empresa também caracteriza uma afronta à Justiça, tendo em vista que em nenhum momento a sentença discorre sobre diminuição da jornada. “Onde fica a segurança jurídica se há retaliação por parte de quem perdeu a causa?”, questiona Mário.

 

EMBATE

O Sindicato alerta os trabalhadores que o momento é de resistência e unidade. A mobilização é fundamental para enfrentar essa disputa colocada na SIX. Pressão e chantagem serão os instrumentos da empresa para tentar enfraquecer a greve. A resposta tem que ser a mobilização. Será um embate duro e apenas a luta pode garantir a vitória.

 

REPERCUSSÃO

O impasse na SIX foi ponto de pauta da reunião do Conselho Deliberativo da FUP, que aconteceu em Brasília. Ficou decidido que serão feitas mobilizações em várias unidades da Petrobras pelo país em solidariedade à luta dos petroleiros da SIX.

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