No 13º programa candidatos abordam economia e candidatura

Confira o que há de verdade e de exagero no discurso dos candidatos                                    

No 13º programa, os candidatos falaram sobre desenvolvimento econômico e deferimento de candidatura. No programa de Beto Passos (PSD), o locutor leu o release divulgado pela assessoria de imprensa da coligação sobre o deferimento do registro de candidaturas de Beto Passos (PSD) e Renato Pike (PR): “em decisão publicada no feriado de 7 de setembro, a juíza eleitoral Sabrina Menegatti Pítisica deferiu o registro de Beto Passos (PSD) e Renato Pike (PR), candidatos a prefeito e vice pela coligação “Canoinhas em primeiro lugar”. Segundo a magistrada, não há nenhum registro de que os candidatos estejam inelegíveis, motivo pelo qual a coligação adversária e um candidato a vereador pelo PMDB haviam solicitado o pedido de impugnação das candidaturas. “Os candidatos preenchem as condições de elegibilidade”, sentenciou.

Na denúncia os impugnantes alegaram que Beto Passos estaria inelegível, já que teria sido condenado pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC), devido irregularidades verificadas na contratação de dois servidores temporários para a Câmara, quando estava na condição de presidente em 2011. Os advogados Paulo e Luis Glinski esclareceram, na defesa protocolada na Justiça Eleitoral, que Beto Passos possuía certidão expedida pelo TCE, atestando, assim, qualquer inexistência de pendência relativa a débitos ou multas junto ao tribunal. Sustentaram, ainda, que o candidato não havia recebido nenhuma condenação, mas sim, uma representação do TCE para a adequação do provimento dos cargos, fato esse que se concretizou com a realização de concurso público para a efetividade das vagas em 2013. Na defesa, os advogados ainda alertaram de que nada havia o que comprovasse ato doloso ou de improbidade no período em que Passos presidiu o Legislativo, pelo fato de o próprio TCE ainda não ter analisado as contas da Câmara de Canoinhas entre os exercícios de 2009 a 2015. “Faltam com a verdade descaradamente”, afirmaram, ao repudiarem o pedido feito pelos adversários. A decisão da juíza eleitoral seguiu parecer do Ministério Público que observou, nos autos, que não houve rejeição de contas do impugnado no exercício do cargo de presidente da Câmara. “Mas sim, uma representação contra ato por ele praticado, o que por si só não configura uma das causas de inelegibilidade previstas no art. 1º da Lei Complementar n°64/90”, fundamentou.

Beto Passos recebeu, com naturalidade, a informação sobre o deferimento de sua candidatura. “É a justiça fazendo justiça”, ponderou. O candidato a prefeito criticou, no entanto, a série de representações que os adversários tem protocolado contra a sua coligação. “Tapetão, não! Que saiam pedir voto e tentar explicar, à população, aquilo que prometeram há quatro anos, mas que deixaram de cumprir”, rebateu.

O programa de Beto Faria enfatizou as sessões de uso de terrenos para empresas de Canoinhas: “no governo Beto Faria foram emitidas 23 sessões de uso para incentivar a instalação de empresas e isso reflete diretamente na geração de empregos, apoio à instalação de cinco empresas no loteamento Santa Cruz. Apoio para a ampliação de uma empresa no Alto do Frigorífico, apoio para implantação de vários microempresas no Campo D’Água Verde, Água Verde, Industrial I e II, e também na região interiorana do município. Orientação para captação de recursos estaduais e nacionais. Apoio ao microempreendedor individual com emissão de nota fiscal gratuita, desburocratização de alvarás, agilidade nos procedimentos, realização do programa ProJovem que capacitou mais de 250 para conquistar o primeiro emprego, ofertas de cursos pelo ProJovem nas áreas de estética, agroextrativismo, moda, turismo, metal mecânica e administração. Apoio na exportação de mão de obra para empresas multinacionais com a injeção aproximada de um milhão de reais na economia de Canoinhas”, disseram os locutores.

Também falaram sobre o saldo positivo de empregos. Beto Faria prometeu que vai ampliar ações de expansão às empresas e fazer um parque industrial. Disse que vai implantar políticas de ações empreendedoras, instalar a sala do empreendedor e show room da economia local. Prometeu atrair empresas para Canoinhas. Disse que promoverá a articulação com entidades locais, estaduais, nacionais e internacionais visando o desenvolvimento do setor industrial e comercial. Falou ainda sobre os empreendimentos incentivados em seu governo: ampliação do Fricasa, incentivo a GSA, e o esforço para licitar um terreno onde está sendo construída a Unidade de Beneficiamento de Sementes da Cooperalfa.

 

preto no brancoVamos aos fatos. Sobre Beto Passos (PSD) não cabe ao JMais questionar a decisão da Justiça Eleitoral. É verdade que o governo Beto Faria incentivou empresas canoinhenses e concedeu terrenos para elas, mas isso não é exclusividade do seu governo. Aliás, essa concessão já foi alvo de críticas porque não há fiscalização para confirmar se os terrenos cedidos às empresas de fato são usados (isso é exceção, cabe frisar).

O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) de 2015 está aí para mostrar a realidade canoinhense no quesito desenvolvimento econômico: com governo de continuidade, inclusive com o mesmo secretário de Administração até pouco tempo, Canoinhas caiu consideravelmente em um ranking que liderou nos anos anteriores. O pulso firme de Leoberto Weinert (PMDB), justiça seja feita, escorado por Argos Burgardt, manteve as finanças com tal grau de austeridade que desde que a Firjan passou a divulgar os dados, em 2006 (segundo ano do primeiro mandato de Weinert), Canoinhas lidera o ranking na região. Só caiu em 2013, primeiro ano do mandato de Beto Faria (PMDB).

À exemplo de Beto Passos que prometeu programas atrás criar um parque industrial, Beto Faria também disse que criará um: e por que não fez em sua gestão? O ProJovem não é um programa municipal, mas Federal e novamente o programa de Beto faria omite tal informação. Beto Faria promete ainda atrair novos empregos. Seu governo foi pífio e perdeu a chance de trazer para Canoinhas a Master e Kromberg e Schubert. As duas foram para Mafra. Durante ato que marcou a oficialização dos investimentos em Mafra, o diretor financeiro da empresa Kromberg & Schubert, Carlos Reis, explicou que para a escolha do local da instalação da unidade foi feita uma pesquisa por cerca de três anos sobre os principais municípios: “Mafra foi escolhida pela qualidade da mão de obra, pela localização geográfica e o apoio que recebemos para a instalação”.

A Master estava indecisa entre Canoinhas e Mafra para fazer o investimento. Optou por Mafra depois que Canoinhas teria negado o terreno que fica às margens da BR-280, antes destinado a Coopercentral Aurora e, atualmente, arrendado para plantio. O terreno foi comprado por R$ 1 milhão pelo Governo do Estado e doado ao Município de Canoinhas. A alegação do Município para não conceder o terreno à Master foi de que o foco da empresa estava na construção de granjas. O abate e processamento das matrizes se dariam em Videira. Mesmo assim, Canoinhas havia oferecido à Master outra área no interior, que foi recusada pela empresa.

Em entrevista coletiva no começo de 2015, no entanto, dirigentes da Master disseram que havia grande interesse da empresa em se instalar em Canoinhas, mas que vinham encontrando resistência por parte do Município. Por meio de nota, na época, Faria negou o desinteresse.

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