Carga pesada volta ser debatida na Câmara de Três Barras

Vários vereadores se opuseram a criação de um pedágio no município                                                       

 

O trânsito de caminhões pesados pela área urbana de Três Barras voltou a ser debatido na semana passada na Câmara de Vereadores. Os edis abordaram questões de manutenção das ruas, desvio de caminhões e se opuseram a possível criação de um pedágio no município.

 

O vereador Laudecir Gonçalves (PR), conhecido como Barriga, lembrou que a manutenção das ruas é o grande desafio dessa gestão. Ele argumentou que tem conversado com a população e escutado ideias de diversos tipos para a resolução do problema.

 

O vereador disse que uma das alternativas seria utilizar o traçado do trem, que ligaria a empresa West Rock até o centro da cidade, desviando toda a Avenida Rigesa. Segundo ele, aquele aterramento já está pronto, sendo necessário um investimento bem menor do que o projeto proposto pelo estado.

 

O vereador lembrou que o projeto original prevê a construção de uma nova rota e que será necessário criar um aterramento gigantesco para colocar a obra em prática. O custo inicial supera R$ 20 milhões.

 

 

O CASO

Há pelo menos uma década, Três Barras tem visto o fluxo de caminhões com cargas pesadas aumentar no centro do município. A demanda ocorre desde a madeira que serve as empresas da cidade até a rota que liga o Paraná a BR 280 que passa em cima da Avenida Rigesa.

 

Com o intenso fluxo, todo o investimento feito para a manutenção da via, acaba não sendo suficiente e a cada mês, mesmo com as operações de socorro, mais e mais buracos surgem no município.

 

A prefeitura até tenta manter a via em condições trafegáveis, mas o fluxo constante tem tornado o sistema inviável.

 

Diante da situação, durante a semana que passou, o prefeito Luiz Shimoguiri divulgou que começará um estudo para a implementação de um pedágio para caminhões no município, a fim de custear as obras de reparo.

 

 

DISCUSSÕES

Durante a explanação do vereador Barriga, o edil Marco Antônio Souza (PMDB), popular Gorguinho, pediu a parte para comentar que o município não pode mais ficar na mão do Estado em relação a este assunto. O vereador acredita que a prefeitura deve contratar um estudo de viabilidade para descobrir qual é a melhor rota de fato para poder dar início a algum tipo de solução. “O Governo Raimundo Colombo está acabando e dali não sai mais nada”, comentou, ao lembrar-se da falta de compromisso do político em relação à promessa de construir o desvio da West Rock.

 

Já o vereador Ernani Wogeinaki Jr (PSB), lembrou que o prefeito Luiz Shimoguiri participou em Florianópolis de reuniões para tratar da questão do desvio. Ele afirmou que no Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) o assunto ainda está na fase de projeto, “ainda nem estão tratando de recursos”, desabafou.

 

O vereador comentou ser contra a criação de um pedágio no município afirmando que “é o munícipe que vai acabar arcando com esse custo”, enaltecendo que os vereadores e o prefeito têm de cobrar dos deputados, do governador e das lideranças políticas os recursos para a obra.

 

Ao pedir a parte mais uma vez, Gorguinho também declarou-se contrário ao pedágio, mas voltou a frisar que “não podemos ficar nessa conversa que não chega a lugar algum”, ao lembrar que o fluxo de caminhões irá aumentar ainda mais com a autorização do governo para fazer a ligação asfáltica entre Irati e São Mateus do Sul “os caminhões vão parar aqui na nossa cidade”, reforçou.

 

Gorguinho chegou a criticar a postura do deputado estadual de seu partido, Antônio Aguiar (PMDB), que segundo ele, nada tem feito a respeito desta questão. “Não podemos mais ficar esperando a boa vontade deles”, finalizou.

 

Ao retornar a sua explanação, Barriga também afirmou ser contra o pedágio, uma vez que o contribuinte já paga diversas taxas para manutenção de estradas e rodovias “não podemos onerar ainda mais nossas empresas de transportes”, completou.

 

O vereador ainda disse que deve ser compromisso da câmara e do prefeito a captação dos recursos para a realização do desvio de caminhões do centro da cidade “se o governo do estado não quer pagar, vamos a Brasília”. Ele também reconheceu a ineficiência do Governador Raimundo Colombo sobre o assunto e voltou a dizer que o pessoal de Florianópolis “só sobe a serra em época de eleição”.

 

Ao final do comentário na tribuna, deixou um questionamento as lideranças: “a Rigesa investiu 1 bilhão de reais no município e agora o Governo não pode fazer um desvio de 20 milhões?”, finalizou.

 

 

 

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