Vereadora que propôs ação ainda fez requerimento pedindo que gestores do HSC expliquem funcionamento à população
Durante fala em tribuna nesta terça-feira, 14, a vereadora Norma Pereira (PSDB) tratou de um tema que tem sido amplamente discutido entre canoinhenses: o funcionamento do Hospital Santa Cruz, que, segundo ela, apesar de muito debatido, é pouco compreendido. Pensando, nisso, ela vai convidar o Conselho Deliberativo e Fiscal, bem como o administrador e o contador do HSC para prestarem contas a vereadores e à comunidade, apresentar conquistas e tirar dúvidas. Assim, segundo Norma, os cidadãos irão entender como funciona o sistema dentro a instituição e as distorções de informações darão espaço a esclarecimentos.
Também para fortalecer o Hospital, Norma sugeriu a campanha “Eu abraço o HSC”, a ser realizada no dia 8 de abril, em horário a ser definido, quando pacientes, profissionais e população se unirão para abraçar a instituição.
Norma explanou sobre o HSC, cujos serviços e atendimentos sempre atenderam suas expectativas. Ela fez questão de lembrar que o Hospital é um prestador de serviços e, sendo assim, “ele não recebe honorários médicos e não paga honorários médicos.” “Se você é atendido pelo SUS, o SUS remunera o Hospital pelo serviço que o SUS oferece a você como cidadão. Quanto ao trabalho do médico, o SUS remunera o médico”, explica. A vereadora ainda lembrou que o sobreaviso não é de responsabilidade do HSC, mas do gestor, que é quem repassa os valores para que o Hospital remunere os especialistas.
Vereador Paulo Glinski (PSD) parabenizou a vereadora pela iniciativa e lembrou que há alguns anos houve uma crise dentro do Hospital e canoinhenses ficaram com medo que a instituição fosse fechada, mas que “pessoas o fizeram ressurgir”. De acordo com ele, o que está matando os hospitais brasileiros é a Tabela SUS. “Ela não é corrigida há muitos anos. E essa é uma luta que também temos que cobrar dos nossos deputados. São valores muito baixos que o hospital recebe pelo SUS”, contou. Glinski disse apoiar a campanha proposta por Norma. “Quem conhecer a realidade, vai abraçar o Hospital”, anunciou.
O presidente da Casa, vereador Wilmar Sudoski (PSD), concordou ser de extrema importância que representantes do HSC venha falar à comunidade, para que informações errôneas, disseminadas via redes sociais, deem lugar para esclarecimentos verdadeiros. Sudoski contou ainda que na semana passada fez um requerimento solicitando todos os contratos que o Município tem com a entidade do Hospital para que se saiba o que é repassado pelos governos federal, estadual e municipal.
Já a vereadora Zenici Dreher (PR) disse que a exposição dos dados e informações por parte do Hospital é de extrema importância, pois “a partir do momento em que o público passa a ter acesso a esses dados, ele começa a entender.” Ela também lamentou as discussões nas redes sociais e disse que divulgando as informações reais, a comunidade vai se acostumando a entender como funcionam os repasses. Zenici ainda lembrou que trabalha na saúde há cerca de dez anos e que não há registros de reclamações sobre o Hospital em canais oficiais.
Novamente com a palavra, Norma explicou que por uma diária, o SUS remunera o Hospital com cerca de R$ 20. “Alguém em casa daria café da manhã, cama, café da tarde, janta, chazinho da noite, roupa lavada e atendimento por 20 reais por dia? É o que o SUS remunera o hospital”, exaltou.
Aproveitando o tema, Coronel Mário Erzinger (PR) sugeriu ainda seja levantada a discussão da alta complexidade da neurologia e da ortopedia. “Temos estrutura para ter alta complexidade. Queremos potencializar nosso hospital. Se temos estrutura, queremos saber o que falta para que tenhamos a alta complexidade”, afirmou.