Em vídeo, Colombo nega propina; Angeloni emite nota sobre pagamento

Em vídeo de 37 segundos, divulgado por sua assessoria de imprensa, Raimundo Colombo volta a negar participação em esquema de corrupção                                              

 

Assim como em abril, quando o teor da colaboração premiada de executivos da Odebrecht envolvendo o nome de Raimundo Colombo (PSD) veio à tona na Operação Lava-Jato, novamente o governador evitou a imprensa no dia em que seu nome voltou a ser citado como recebedor de dinheiro não contabilizado para campanha eleitoral, dessa vez pela JBS.

 

Segundo o diretor da JBS Ricardo Saud, a empresa teria intenção de criar uma construtora para investir no setor de saneamento. A Casan estava entre os objetivos da JBS e por isso diretores da empresa teriam entregado “R$10 milhões em propina” para apoiar Raimundo Colombo na eleição de 2014 e conseguir “facilidades na licitação” da companhia de saneamento.

 

“Olhei pro Joesley, olhei por governador, os dois balançaram a cabeça, assentindo. Chegamos a um número de R$ 10 milhões. Nós pagamos R$ 8 milhões dessa propina dissimulada em forma de pagamento no PSD nacional carimbado pra candidatura do Raimundo Colombo e R$ 2 milhões foi pago em dinheiro vivo lá em Florianópolis mesmo. Eu não posso afirmar se foi o Gavazzoni (secretário da Fazenda) quem buscou o dinheiro ou se foi um mensageiro dele, mas o dinheiro foi entregue num supermercado que nos ajudou sem saber de nada, pagando em espécie como se fosse uma nota fiscal nossa de R$ 2 milhões”, prossegue na delação.

 

Em vídeo de 37 segundos, divulgado por sua assessoria de imprensa, Colombo volta a negar participação em esquema de corrupção. Assista o vídeo:

 

ANGELONI

Envolvida nas denúncias publicadas nesta sexta-feira, 19, a rede de supermercados Angeloni também emitiu nota a respeito do episódio. Teria sido um supermercado da rede que teria pago em espécie uma dívida de R$ 2 milhões com a JBS e o dinheiro teria sido repassado supostamente ao secretário estadual da Fazenda, Antonio Gavazoni no mesmo local. Leia abaixo:

 

“Temos histórico de relacionamento de muitos anos com a JBS, que deve ser um dos maiores fornecedores da maioria das redes de supermercados. O pagamento pelos produtos adquiridos deste fornecedor é tradicionalmente feito através de depósito bancário, mas, num determinado momento, recebemos a solicitação da JBS para que algumas duplicatas fossem pagas em carteira.

Foi então encaminhado o pedido ao Departamento Financeiro para que efetivasse os pagamentos da forma solicitada. Não houve qualquer participação direta por parte do presidente do Grupo, que apenas autorizou os pagamentos por acumular o cargo de diretor comercial da empresa.

Todos os títulos, inclusive esses em carteira, encontram-se devidamente contabilizados, quitados e as tratativas entre as partes registradas em correspondências eletrônicas.

Ficamos surpresos com as notícias veiculadas, pois, conforme afirmado por um dos delatores, jamais tivemos conhecimento do que se tratava. Estávamos considerando apenas a regularidade do procedimento comercial.

A.Angeloni & Cia. Ltda.”

 

 

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