Edinei Wassoaski escreve sobre os gastos das estruturas espalhadas pelo Estado
Criticar as Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), antigas SDRs, é chover no molhado. Nesta semana, dados divulgados pelo jornal Diário Catarinense mostraram que apesar de o governo alardear uma economia de pelo menos R$ 5 milhões com a transformação das SDRs em ADRs e a extinção da SDR da Capital, o custo aumentou R$ 40,6 milhões em 2016.
Deixando de lado essa questão de custos, a pergunta que volta e meia se faz é: Para que servem as ADRs?
Pois bem, vamos aos fatos. É verdade que com ou sem ADRs, o maior custo que ela representa se mantém, ou seja, as estruturas de Saúde e Educação sempre existiram e continuarão existindo. Para além disso há muita burocracia que, a rigor, cria mais uma instância no trâmite de repasse de recursos para os Municípios. Das 18 notícias divulgadas pela ADR Canoinhas neste mês, sete diziam respeito a eventos, a maioria ligados à Saúde e Educação. Quatro se referiam a pequenas verbas liberadas pelo Governo. Quem lê todo esse material conclui o óbvio: se Saúde e Educação independem das ADRs e as verbas são pedidos dos prefeitos que viriam de um modo ou de outro, de fato, as ADRs não servem para muita coisa. É uma estrutura que depende de uma complexa rede de politicagem para funcionar. Essa rede, no entanto, nenhum interesse desperta em quem dela não se beneficia. Por isso não acaba tão cedo. As ADRs tornaram-se atraentes currais eleitorais, perfeitos para acomodar apadrinhados e derrotados nas urnas. Pode-se concordar com a inocuidade das ADRs, mas como para políticos o que vale é a ampliação de sua influência, tornaram-se bases importantes.
A PROPÓSITO: Exemplo claro de como quem critica as ADRs é porque delas não se beneficiam está no próprio governador Raimundo Colombo (PSD), grande crítico das estruturas quando candidato a senador em 2006, mas que agora no poder, o máximo que fez foi mudar a nomenclatura das estatais.
Crise na segurança
O episódio da prisão de policiais militares do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) de Balneário Camboriú por policiais civis da cidade reascendeu uma crise que, para a Secretaria de Segurança Pública do Estado basta lançar uma nota que está resolvida. Não basta!
Essa crise vem de longe e torna ainda mais oportuno o debate sobre a unificação das polícias. A rivalidade entre os grupamentos se alastra pelo Estado e em Canoinhas, apesar de acalentada, já deu demonstrações públicas como quando na Operação Mata Leão, em 2012, policiais civis e militares vieram a público criticar uns aos outros pela participação na operação. Há quem jure que a guerra esfriou, mas não se encerrou. Nem PM, nem PC passaram por cima dessa história.
Circula pelas redes sociais essa foto que, para os detratores de Wilson Pereira, aponta o “verdadeiro traidor” do PMDB local, que teria apoiado Carlos Chiodini a despeito de Antonio Aguiar.
“Qual partido escolheria ele em detrimento do Aguiar?”
do prefeito Beto Passos (PSD) se referindo a Wilson Pereira e sua vontade de ver o deputado Antonio Aguiar fora do PMDB. Passos avalia que o presidente estadual da sigla, Mauro Mariani, há de valorizar os votos de Aguiar
O governador Raimundo Colombo esteve na Secretaria de Estado da Defesa Civil para acompanhar a situação das chuvas em Santa Catarina. Até ontem cedo havia chovido 259,2 milímetros, volume que supera o previsto para todo mês de maio no Estado.
Não sei se vou ou se fico
O colunista Luis Veríssimo, de Joinville, publicou na sua coluna que ao conversar com diversas lideranças do PMDB de São Francisco do Sul e com o próprio deputado Antonio Aguiar (PMDB) concluiu que o canoinhense está de passaporte carimbado para o PSD. “Embora ele negue que pretenda deixar o PMDB, existe um fato ainda mais conclusivo: não foi coincidência ele ter apoiado na última eleição, em Canoinhas e São Francisco do Sul (uma espécie de segunda base de Aguiar), os candidatos a prefeito do PSD que venceram justamente os do PMDB”, escreve Veríssimo.
As diferenças foram tão apertadas que os peemedebistas garantem, com razão matemática, que o apoio de Aguiar teria dado a vitória ao PMDB nos dois municípios em 2016. Em Canoinhas, Beto Passos (PSD) venceu por 402 votos e Renato Gama Lobo (PSD) em São Francisco por apenas 166 votos.
Faz sentido, mas Aguiar continua negando a troca.

MUDANÇA DE HÁBITO: Vejam só como as coisas mudam. Em 2010 Beto Passos, como repórter, entrevista o então comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, coronel Mário Erzinger. Em campo aliado, hoje, ambos estão na política: Passos como prefeito e Erzinger como vereador pelo PR.
ELEIÇÕES À VISTA: Um grupo de professores que ainda não entrou em rota de colisão com a reitora da Universidade do Contestado (UnC), Solange Sprandel, tem conversado com ela na tentativa de dissuadi-la a apoiar um nome de consenso para concorrer a sua sucessão no final do ano. Solange tem fama de mandar demitir quem flerta com seu cargo e, como outros pretendentes perceberam a tática, resolveram se aliar à reitora. Há, inclusive, um grupo de professores do campus Canoinhas, preocupado com o desmonte que a reitora vem promovendo por aqui.
RÁPIDAS
DOIS: a cada cinco jovens entre 14 e 17 anos estão a procura de trabalho em SC. É a taxa mais alta entre todas as faixas etárias no Estado.
DO ALÉM: Mesmo morto, o ex-governador Luiz Henrique foi condenado a ressarcir os cofres públicos por benefícios dados ao balé Bolshoi quando prefeito de Joinville.
SINAL: O PSD fez encontro regional na noite de quinta-feira, dia 1º, em Canoinhas. A grande incógnita: deputado Aguiar, convidado especial, compareceria ao evento? Não foi. Representando ele esteve sua irmã, a secretária de Ação Social de Canoinhas, Cíntia Aguiar.
R$ 1,5 MIL: foi quanto o deputado federal Jair Bolsonaro pagou pelo aluguel do Eisenbahn Biergarten durante sua palestra em Blumenau, no dia 19. Para todos os efeitos, no entanto, ele não está em campanha.