Vereador João Canani (PSB) citou reportagens de jornais questionando as respostas dadas pelo governo estadual
O caso da falta de combustíveis nas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e que acabou com a fatalidade da morte de uma garotinha de pouco mais de 1 ano, tomou os assuntos debatidos na Câmara de Vereadores de Três Barras nesta quarta-feira, 21. Ao utilizar a palavra os vereadores demonstraram sua indignação com a falta de gestão do sistema em Santa Catarina.
O vereador João Canani (PSB) citou reportagens a respeito do tema, e destacou as respostas que a direção do Samu apresentou para tentar amenizar o caso. Canani foi enfático: “Deveriam ter ficado quietos que era pra não piorar a situação”, comentou. Ele se referia as desculpas apresentadas pela empresa que administra a instituição em Santa Catarina, Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que em nota, apontou para um atraso nos pagamentos feitos pelo Governo do Estado catarinense. Visivelmente consternado, Canani falou que “foram 15 horas e a pequetita não aguentou, e 40 reais teria resolvido o problema, isso revolta qualquer ser humano normal”, desabafou.
A vereadora Siomara Muhlmann Correa (PP) também demonstrou indignação com o caso e apontou os diversos problemas em repasses do Governo do Estado para a saúde pública. “São vários casos onde o governo está com repasses atrasados”, comentou. Ela participou de uma reunião com gerentes municipais de saúde, para discutir a situação e afirmou que o caso da criança tomou conta da reunião: “Hoje isso é crime, faltar combustível em ambulância é improbidade administrativa”.
Já o vereador Fabiano Mendes (PSD) alegou os funcionários deveriam ter assumido o risco em abastecer as unidades e assim ter uma chance de salvar a criança. Bano, que foi motorista do setor de saúde de Três Barras, disse que muitas vezes os carros não estão em condições perfeitas, mas que nunca deixou de levar um paciente ao seu destino: “Eu passei por uma situação parecida, na qual mesmo com a norma de que eu não poderia ter feito o transporte de um paciente, fiz para ajudar, e estou respondendo até hoje por isso, mas não me arrependo”, concluindo que os motoristas da unidade “poderiam ter feito alguma coisa”.
Já o presidente da casa, Laudecir Gonçalves, o Barriga (PR), afirmou que “houve negligência em várias esferas”, neste caso e que faltou “sensibilidade” ao motorista. Creditando parte da responsabilidade a Raimundo Colombo afirmou que “esse governo é uma vergonha na saúde”.
Carla Shimoguiri (PTB) argumentou que espera que o caso não se repita e que os vereadores têm de dar apoio para que as prefeituras possam cobrar mais efetividade do serviço de urgência do estado.