Ministério Público estuda se reitora da UnC pode se candidatar a reeleição

Solange Sprandel da Silva está prestes a completar seu primeiro mandato. Ela foi eleita em dezembro de 2013 para um mandato de quatro anos; Conselho aprovou alteração                                                                            

 

O Conselho Universitário (Consun) da Universidade do Contestado (UnC) aprovou no mês passado alteração no estatuto da Universidade que permite que a atual reitora, Solange Sprandel da Silva, possa se candidatar pela segunda vez ao cargo. Para a alteração que permite a reeleição entrar em vigor, precisa, no entanto, ser aprovada pelo Ministério Público, que ainda não respondeu à consulta.

 

Solange está prestes a completar seu primeiro mandato. Ela foi eleita em dezembro de 2013 para mandato de quatro anos. Pelas regras atuais do estatuto, ela estaria impedida de concorrer a um segundo mandato consecutivo, o que animou opositores à reitora em vários campi. Foi o caso de Canoinhas, onde inicialmente o professor Walter Marcos Knaesel Birkner se prontificou a concorrer. Antes mesmo da aprovação da alteração do estatuto, o professor foi demitido e ingressou com ação judicial contra a UnC alegando perseguição.

 

Agora, o professor Reinaldo de Lima Junior, também do campus Canoinhas, ensaia uma pré-candidatura. A ideia, segundo Lima, era construir uma candidatura com apoio de Solange. A mudança estatutária impede que Solange o apoie na disputa pela reitoria, mas Lima ainda acredita que seja possível fechar uma aliança com a atual reitora.

 

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O JMais tentou contato por dois dias com Solange, mas não obteve sucesso. Coube ao atual presidente do Conselho Curador, responsável por uma das etapas da eleição do novo reitor, Ismael Carvalho, fazer uma defesa da mudança estatutária. “A professora Solange tem trânsito muito bom no Ministério da Educação, tanto que foi graças aos esforços dela que trouxemos o curso de Medicina para Mafra”, explica. Sobre as críticas à reitora – em dezembro do ano passado o Sindicato Intermunicipal dos Professores publicou carta condenando atitudes da reitora que chamou de arbitrárias como a demissão de desafetos –, ele diz que é uma pena as pessoas não a conhecerem bem. “Há pessoas muito radicais nas críticas. Não tenho informação nenhuma de perseguição”, afirma. O Sindicato ingressou com ação judicial pedindo que a Justiça impeça a reitora de promover demissões até o final de seu mandato. A ação ainda não foi julgada.

 

Sobre as críticas de que Solange deve desmontar a estrutura da UnC Canoinhas a partir de mudanças como a transposição de todos os cursos do centro para o distrito de Marcílio Dias, Carvalho garante que Solange não é bairrista. “Tanto que ela é de Concórdia, mas o curso de Medicina veio para Mafra”, justifica.

 

Segundo Carvalho, hoje o déficit anual do campus Canoinhas chega a R$ 900 mil. “Mafra diz que está sustentando Canoinhas”, conta.

 

O Ministério Público ainda não sinalizou quando deve responder ao questionamento sobre a legalidade da mudança estatutária aprovada pelo Consun. A eleição está marcada para dezembro.

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