Encontro de Carros Antigos, o museu a céu aberto

Professor escreve sobre a paixão pelos automóveis antigos                                                     

 

Rui Branco*

 

De um passo inicial ocorrido mais de 12 anos atrás, no qual se agregaram num clube os proprietários de carros antigos, resultou um movimento de busca da história da evolução do automóvel no nosso município, seguindo um movimento crescente em todo o país. Daí em diante, uma ou duas vezes por mês os encontros ocorrem no ponto mais indicado para quem quer evoluir no conhecimento da história do carro e desfazer suas curiosidades a respeito. Evidente que o local mais indicado é aquele para o qual, aos domingos, as pessoas correm para buscar seu jornal:  em frente à Zaguini.

 

Apesar do movimento não ser recente, a cada mês temos a felicidade de conhecer novos proprietários e seus carros, inclusive de visitas de colegas de municípios vizinhos.

 

Os encontros que ocorrem no primeiro e terceiro domingo do mês, neste mês de junho e início de julho foram movimentados pois tivemos novas visitas, de uma dupla de Corcel Gte também de Fuscas recém saídos da pintura.

 

A julgar pela variedade de carros que se apresentam (vide fotos) podemos dizer que temos ali um museu a céu aberto, para apreciação do público.

 

Tem pessoas que ainda não sabem destes encontros e até entendemos pois domingo de manhã para muitos é hora de descansar das árduas tarefas da semana que passou e se preparar para a semana que se apresenta.

 

Por que entendemos que este é um momento cultural?

 

As pessoas que nos visitam tem a oportunidade de relembrar detalhes dos carros que serviam as famílias tempos atrás e, diferente dos carros novos de  hoje, estes carros eram verdadeiros integrantes das famílias. Por isso mesmo é comum encontrar pessoas sempre interessadas em rever detalhes dos carros expostos e lembrar daquele carro que por tanto tempo serviu a família. E os proprietários dos carros expostos tem todo o conhecimento para informar detalhes a respeito dos seus carros pois passam uma série de dificuldades para voltar a transitar da mesma forma como quando eram novos.

 

Para se ter uma ideia do que se trata quando se fala em carro antigo, é importante lembrar que entende-se como tal o carro que está como saiu de fábrica, havendo inclusive tabelas de pontuação que permitem enquadrar ou não um carro como sendo antigo e assim obter a famosa “placa preta”, significado de originalidade, pelo menos em 80% dos seus itens. É claro que no nosso movimento aceitamos carros alterados, aqueles que tiveram “bom gosto na recuperação “, às vezes até para permitir o seu deslocamento no trânsito atual, bem diferente do trânsito de 30 anos atrás.

 

Outro detalhe interessante é a comparação que se faz entre reforma e restauração. Enquanto a reforma indica que o carro foi refeito a ponto de torna-lo apto a se deslocar com perfeição, a restauração indica que o carro foi refeito com o objetivo de deixá-lo no estado original, como saiu de fábrica.

 

Pode-se imaginar que esta é uma tarefa difícil pois quando se adquire um carro novo, depois de meio ano de uso ou uns 5.000 km rodados, o carro já não é mais o mesmo e tende a piorar cada vez mais. Ao assumir um carro deteriorado pelo tempo almejamos realizar o caminho inverso: de um carro em péssimas condições chegar ao estado em que o carro saiu de fábrica. Temos que entender quando alguns nos chamam de malucos!

 

3º Encontro Interestadual de Carros Antigos de Canoinhas

Da mesma forma como o grupo se desloca a encontros nos outros municípios, seguindo em verdadeiras caravanas que são admiradas pelos que estão se movimentando pelas rodovias, Canoinhas também recebe os antigomobilistas (assim chamados os proprietários dos carros antigos) em seus encontros. Para este ano está programado o 3º Encontro Interestadual de Carros Antigos a realizar-se em 5 de novembro de 2017 no Pavilhão da Igreja Matriz. O público está convidado a conhecer também os carros de outras cidades que se farão presentes.

 

*Rui Branco é professor

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