Esta quinta-feira, 27, é lembrada como Dia de Prevenção de Acidentes de Trabalho; Mafra e Porto União têm média semelhante
Pelo menos 203 acidentes de trabalho foram registrados em Canoinhas no ano de 2009, o mais recente de que se tem dados computados pelo Ministério do Trabalho. Não há uma explicação do porquê não haver dados mais recentes divididos por municípios. No mesmo ano, Mafra registrou 227 acidentes, já Porto União, 217.
Nacionalmente, dados do Anuário Estatístico da Previdência Social mostram uma média de 700 mil registros de acidentes de trabalho por ano no Brasil, o que o eleva ao 4º lugar no mundo em ocorrência de acidentes de trabalho, atrás somente de China, Índia e Indonésia.
Os dados do Anuário Estatístico da Previdência Social apontaram em 2015 um total de 612,6 mil acidentes, dentre os quais 2500 foram ocorrências de morte. A região sudeste é a responsável por 53,9% dos registros.
A área de serviços aparece com 55,69% e a indústria com 41,09%, excluídos os dados de atividade ignorada. Porém, se considerado o fato de que a Indústria representa apenas 25% dos trabalhadores registrados no país, significa que proporcionalmente este setor é onde se dá a maior incidência de acidentes de trabalho.
SUBNOTIFICAÇÃO
Apesar de alarmantes esses índices ainda não apresentam de fato a dimensão do problema, pois há um elevado grau de subnotificação das informações, segundo afirma a professora de Segurança no Trabalho do Senac Canoinhas, Michele da Silveira Alves Ribeiro. Falando especificamente da região de Canoinhas, ela lembra do mercado informal de trabalho, configurado especialmente nas atividades agrícolas.
Isso significa que uma grande parte dos acidentes não é registrada através da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e permanece invisível às estatísticas. Isso porque, para evitar aumento de tributações, as empresas se recusam a registrar os acidentes. No caso de pequenas e médias empresas estima-se que menos de 20% dos acidentes são notificados.
Além disso, os números oficiais não abrangem os trabalhadores informais (cerca de 50% dos ocupados no Brasil), os trabalhadores públicos de regime estatutário e os autônomos.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo IBGE, em 2013, mostrou que para cada acidente de trabalho registrado pela Previdência Social, há quase sete acidentes não declarados oficialmente (metade destes inclusive de trabalhadores formais e segurados pela Previdência Social).