Como UPA de Canoinhas não pode acolher detentos de outros Estados, médico pernambucano foi solto
Preso desde o final de junho na cela da Delegacia de Canoinhas, o rapaz que estava sem mínimas condições de higiene foi levado para Curitiba na semana passada. Policiais civis de Canoinhas levaram o detento para a triagem da Polícia na capital paranaense. Segundo o delegado regional Rui Orestes Kuchnir, o detento tinha dois mandados de prisão no Paraná. Do primeiro ele se livrou, mas do segundo não.
A cela onde o detento estava na Delegacia de Canoinhas existe apenas para, no máximo, a pernoite do preso em flagrante, mas ultrapassou em muito esse limite. Por questão de segurança, a Unidade Prisional Avançada (UPA) está proibida de receber internos depois das 22 horas.
Neste caso, no entanto, como o detento era do Paraná, a UPA de Canoinhas estava proibida, por ordem judicial, de receber o rapaz. Consultada, a juíza criminal Dominique Borba Fernandes determinou que Kuchnir comunicasse a situação ao Departamento de Administração Prisional (Deap) do Estado. O delegado fez o comunicado, mas o Deap não respondeu.
A Justiça do Paraná também foi contatada pelo delegado, mas respondeu que precisava analisar a situação e encontrar uma vaga no sistema prisional do Paraná para receber o detento.
Somente na semana passada a Justiça do Paraná sinalizou com a abertura da vaga.
MÉDICO SOLTO
Seguindo a mesma lógica do caso do detento de Curitiba, a juíza criminal mandou soltar o médico pernambucano que estava detido na UPA a pedido da justiça do Pernambuco, que tinha expedido um mandado de prisão contra o médico. Ele foi preso quando começava a trabalhar no posto de saúde do Alto das Palmeiras, em Canoinhas. O médico havia passado em processo seletivo da prefeitura.
Segundo o JMais apurou, depois de solto o médico tentou reaver a vaga, mas isso não foi possível porque ele não havia cumprido prazos que o processo seletivo rege.