Qual o papel dos meteorologistas? O mais conhecido deles em Santa Catarina, Leandro Puchalski, deu uma boa pista esta semana: “Ouvi muitas pessoas comentando sobre serem surpreendidas. Acredito que falam sobre estrutura e não de previsão, já que com dias de antecedência, lá pela terça/quarta-feira antes do ocorrido, todos que trabalham com Meteorologia no Estado alertavam sobre chuva forte de curta duração.”
Previsão do tempo não é só para saber se tem de sair de casa com guarda-chuva ou não. Serve, mostra-se agora, para tomar a difícil decisão de abandonar sua casa se antecipando a uma enchente como a que devastou nossa região nesta semana.
Imagine se só as famílias que tradicionalmente sofrem com as enchentes deixassem suas casas depois do alerta da semana passada. Quantos bens não poderiam ser salvos?
Quanto a Defesa Civil poderia trabalhar com mais calma?
Serve para pensar, mesmo considerando que com a água entrando em casa, muitos se recusam a deixar seus bens para trás, mesmo com a insistência das autoridades. Outra lição que esse triste evento deixa é a necessidade de estruturarmos melhor as Secretarias de Defesa Civil em uma região conhecida pelas enchentes. Ter apenas um coordenador regional para todo o Planalto Norte é incompatível com a demanda.
Edson Antocheski é inegavelmente competente, mas é humanamente impossível dar conta de tanta tragédia ao mesmo tempo.
E agora, PT?
A esnobada que a presidente Dilma Rousseff deu no presidente estadual do partido em SC, Claudio Vignatti, em Florianópolis, enaltecendo Raimundo Colombo e sequer citando o confrade mostra que não é só o PMDB que está dividido no Estado. Quando a chefe maior demonstra total dissonância no discurso com o PT catarinense fica difícil prever o que vem por aí. Vignatti vai ao governo ou ao Senado? Nem ele sabe dizer.
Bastidores
Se a rádio-corredor da Câmara de Vereadores de Canoinhas já andava agitada com o papa da fofoca que domina o noticiário doméstico há um bom tempo, ganhou agora um novo efetivo para agitar o coreto. Com receio de deixar o concursado se criar, os vereadores aprovaram novas normas para restringir a ação do moço. Uma delas foi proibir os efetivos de participar das sessões da Câmara, evitando que eles tentem cobrar horas extras.
Depois de ter sido esculachado por Paulo Glinski (PSD), que pediu a abertura de uma sindicância para apurar a ação do efetivo, Glinski reforçou o recado face a face, desestruturando a rádio-corredor que, por enquanto, conta apenas com o onipresente papa.