Um dos detidos estava em casa em Canoinhas quando foi surpreendido pela Polícia; Operação foi articulada em todo o País para acontecer simultaneamente
O número de presos na megaoperação Luz na Infância, que teve uma prisão em Canoinhas, chegou a 108 na tarde desta sexta-feira, 20, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Policiais civis de 25 estados cumpriram 178 mandados de busca e apreensão relacionados à prática de pedofilia. Ao deparar com material pornográfico de crianças e adolescentes na casa dos suspeitos, os agentes efetuam as prisões, em flagrante. Esta é a maior operação de combate à pedofilia já realizada no Brasil.
Em Santa Catarina três homens (de 22, 28 e 60 anos) foram presos em flagrante nas cidades de Biguaçu, Canoinhas e Criciúma, pela prática dos crimes tipificados nos artigos 241-A (divulgar fotos e vídeos contendo cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente) 241-B (armazenar fotos e vídeos contendo cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente), ambos da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e Adolescentes). Também foram apreendidos computadores, celulares, pendrive, tablet, dentre outros materiais digitais em oito locais que estão sendo submetidos à análise pelos Peritos Criminais do Instituto de Criminalística do IGP.
O êxito da Operação deu-se em virtude da integração entre a Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Canoinhas, Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Diretoria de Inteligência (Dini), Secretaria de Segurança Pública (SSP), Instituto Geral de Perícias (IGP), em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)
Os alvos da operação Luz na Infância foram identificados através de um cruzamento de informações das Inteligências da Senasp e a Embaixada dos Estados Unidos da América no Brasil. Com base nessas informações e evidências coletadas em ambientes virtuais, a Polícia Civil instaurou inquéritos policiais e representou por buscas e apreensões junto ao Poder Judiciário, visando apreender computadores e dispositivos informáticos onde estão armazenados os conteúdos de pedofilia, indiciar e prender os criminosos.
Segundo o Ministério da Justiça, os detidos são suspeitos de disseminar pornografia infantil e pedofilia na internet e, em alguns casos, eles eram também os responsáveis pela produção do material.
A operação é considerada uma das maiores do mundo no combate à pedofilia e envolveu 1,1 mil policiais. O trabalho de investigação durou seis meses, e o número final de presos e mandados cumpridos será divulgado pelo Ministério da Justiça até o fim do dia. As investigações agora vão apontar se os detidos fazem parte de quadrilhas nacionais e internacionais ou agiam sozinhos. Também não foram divulgadas informações consolidadas sobre o perfil das pessoas que foram presas.
Na operação, a Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) contou com o apoio de parceiros nos Estados Unidos e na União Europeia, que colaboraram com a troca de informações e softwares necessários para monitorar os criminosos. Mais de 150 mil arquivos com conteúdo pornográfico de menores de idade foram encontrados pelas investigações.
As informações sobre os suspeitos foram reunidas e encaminhadas pela Senasp às polícias civis dos estados, que têm jurisdição sobre o crime e deram continuidade às investigações. No Amapá e no Piauí, o trabalho não foi concluído a tempo da deflagração da operação, que envolveu os demais estados e o Distrito Federal. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que o trabalho continua e mais mandados podem ser emitidos nos próximos dias.
Torquato Jardim concedeu entrevista coletiva na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e destacou a importância da cooperação internacional em tecnologia para a segurança pública no Brasil, explicando que os principais crimes que precisam ser combatidos no país são praticados por quadrilhas que têm ligações transnacionais, como os crimes cibernéticos e os de tráfico de drogas, armas e pessoas.
“Nada se passa no espaço exclusivo do território nacional. A integração federativa é fundamental, e a integração internacional não é menos fundamental em tecnologia. Essa é uma tecla [em] que o Ministério da Justiça bate muito”, afirmou o ministro.
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